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Fundação Telefônica Vivo lança livro sobre educação antirracista

“Escola para Todos: promovendo uma educação antirracista” traz planos de aulas que estimulam práticas antirracistas no cotidiano escolar Publicação será debatida em live com participação da escritora Conceição Evaristo e distribuída gratuitamente em formato digital

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A Fundação Telefônica Vivo acaba de lançar o livro “Escola para Todos: promovendo uma educação antirracista”, que reúne um acervo de práticas educacionais elaboradas por educadores de diferentes etapas da educação básica e diversas regiões do Brasil. O conteúdo é fruto de inúmeras edições do curso homônimo disponível na Plataforma Escolas Conectadas, que oferece formação continuada de professores. Com mais de 5 mil educadores certificados, foi possível obter um vasto repositório de planos de aula, elaborados pelos próprios educadores que servem de roteiro sobre como tratar o tema dentro da escola. As autoras, que também são mediadoras das formações, diante de tantas histórias incríveis resolveram compilar e sistematizar todo esse conteúdo, organizando por temáticas que possam incentivar ainda mais outros educadores para multiplicar e adaptar o conteúdo aos mais variados contextos escolares do país.

A Vivo conta com um sólido programa de diversidade, que atua nos pilares de Raça, Gênero, LGBTI+ e Pessoa com Deficiência. A diversidade é um tema da maior relevância, pois é fundamental para criar um ambiente de inovação e criatividade na busca de soluções complexas e no desenvolvimento de soluções para toda sociedade. “Com esta publicação esperamos mostrar que, a partir de um sério compromisso com uma educação antirracista, é possível reinventar a sala de aula. Pode ser desafiador, mas os resultados são gratificantes ao se observar a construção de uma sociedade mais justa”, explica Americo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo.

Em comemoração ao lançamento da publicação, a Fundação irá promover, nesta segunda-feira, 20, às 18h, uma live sobre o tema, como parte da série “Conversas que Aproximam”, em que educadores discutem assuntos relevantes para a sociedade. O encontro terá participação das autoras do livro, Carolina Chagas Schneider e Fernanda Chagas Schneider, da escritora Conceição Evaristo, e mediação da gerente de projetos sociais da Fundação, Lia Glaz. A conversa será transmitida ao vivo pelo YouTube da Fundação Telefônica Vivo, e marca também a abertura das inscrições para a nova turma do curso.

 A formação tem carga horária de 50 horas em modalidade mediada pelas próprias autoras no período de 27 de setembro a 25 de outubro, com certificação emitida pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas pela plataforma Escolas Conectadas até o dia 3 de outubro. Assim como o curso, a publicação também é gratuita e está disponível em formato digital no acervo da Fundação, a fim de que seu conteúdo esteja ao alcance de todos.  

A publicação

A proposta do curso “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, da plataforma Escolas Conectadas, nasceu a partir das pesquisas acadêmicas e das vivências das autoras, que atuam como professoras de anos iniciais do Ensino Fundamental em escolas da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre. 

Ao refletirem sobre as demandas que emergiram no cotidiano de suas próprias experiências, estruturaram uma formação em que buscam estimular que educadores construam práticas antirracistas de acordo com as suas realidades educacionais e, dessa forma, implementem a Lei nº10.639/2003. Esta lei tornou obrigatório o ensino de história da África e da cultura afro-brasileira em todos os níveis de ensino, tendo como conteúdo programático o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil. A formação busca provocar a aproximação dos professores a uma nova perspectiva, na qual se observa o espaço escolar como um local representativo em que devem ser realizadas práticas transformadoras enfocadas no respeito às diferenças e no combate à discriminação. 

Na tentativa de superar a teoria e implementar ações para que a escola se torne um ambiente efetivamente plural, ao final do curso, os participantes são convidados a construírem planos de aula pautados nos conceitos trabalhados. Este repositório de atividades planejadas reflete a riqueza e a diversidade da cultura brasileira é a base da publicação e pode servir de inspiração para que novas práticas pedagógicas em educação antirracista ocorram em nosso país. Esta obra torna público parte desses planos, selecionados como exemplos de efetivação de uma perspectiva antirracista, e fortalece abordagens possíveis nas diferentes etapas da educação básica, distribuídas em 10 temáticas principais: Literatura, Representatividade, Estética, Identidade, Território, Antirracismo, Corporeidade, Musicalidade, Religiosidade e Ludicidade.

Escolas Conectadas

O Escolas Conectadas é uma iniciativa do ProFuturo, um programa da Fundação Telefônica Vivo e da Fundação “la Caixa” que, dentre outras estratégias, estimula o ensino a distância para educadores. Desde 2015, o projeto promove a inclusão de educadores na cultura digital e incentiva o desenvolvimento de competências do século XXI nos alunos, por meio da prática de metodologias inovadoras de ensino, tendo o professor como figura central da transformação educacional. 

 A plataforma oferece cerca de 40 cursos gratuitos focados na troca de experiência entre educadores e na construção coletiva de conhecimento, com cursos mediados e autoformativos de diferentes cargas horárias e certificados por instituições de ensino superior reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), entre eles o “Escola para Todos: promovendo uma educação antirracista”. O conteúdo dos cursos contempla demandas do cenário educacional brasileiro e beneficia não só quem está na sala de aula, mas também os gestores enquanto agentes de transformação da educação. Em 2020, o Escolas Conectadas teve 142,5 mil educadores inscritos nas formações. 

O trabalho do projeto Escolas Conectadas vem sendo reconhecido e ganhou premiações relevantes. Em 2020, foi o único projeto brasileiro a receber o Prêmio UNESCO-Hamdan Bin Rashid Al-Maktoum de Melhores Práticas e Desempenho no Aprimoramento da Eficácia de Professores. Também recebeu, em 2021, o World Summit Awards, importante prêmio internacional na área digital, na categoria Aprendizagem e Educação, da edição Brasil. 

Sobre as autoras

Nascidas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Carolina Chagas Schneider e Fernanda Chagas Schneider são irmãs, frutos de um casamento inter-racial, e se aproximaram da temática antirracista a partir do ponto de vista da própria experiência, após presenciarem e vivenciarem inúmeras situações racistas, as quais não conseguiam nominar durante a infância. Hoje, ambas se veem trabalhando na periferia de Porto Alegre e com crianças que partilham dessas mesmas questões. 

Além de partilharem uma história de vida familiar, tornaram-se parceiras e colegas de trabalho, após terem trilhado percursos formativos muito próximos. Ambas são pedagogas formadas pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FACED/UFRGS, que atuam como professoras de anos iniciais na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre. Além disso, são mestras em Educação, pelo PPGEDU/PUCRS e pelo PPGEDU/UFRGS, e doutoras em Educação e em Informática na Educação, pelo PPGEDU/PUCRS e pelo PGIE/UFRGS, respectivamente. Carolina ainda é fundadora do Grupo Canjerê, uma associação de professoras antirracistas que atua na formação de professores quanto a essa temática.

Como membro do primeiro grupo de professoras cotistas do município de Porto Alegre e sentindo-se comprometida com a causa antirracista, Carolina passou a estudar esse campo de conhecimento, no qual Fernanda, logo após, engajou-se também. Por entenderem que o racismo é um problema real e estruturante da sociedade brasileira e, concordando com Paulo Freire, que a sociedade não deve prescindir da escola como um meio para um processo de mudança, é que a educação antirracista se tornou fundamental no fazer pedagógico de ambas.  Os estudos e as práticas sobre o tema deram origem ao curso “Escola para todos: promovendo uma educação antirracista”, oferecido desde 2015 através da plataforma online Escolas Conectadas, com acompanhamento de suas autoras, Carolina e Fernanda, em todas as edições. Nesse ambiente, elas partilham seus conhecimentos e incentivam que uma abordagem pedagógica antirracista seja assumida por professores situados em todas as regiões do País. Este livro nasce como um desdobramento da formação Escola para todos, na intenção de inspirar novas práticas de combate ao racismo nas escolas e em outros espaços educativos. 

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