Início Notícias Em ação de voluntariado, Sebrae/PR leva empreendedorismo para pessoas privadas de liberdade

Em ação de voluntariado, Sebrae/PR leva empreendedorismo para pessoas privadas de liberdade

Oficinas podem representar uma maneira de apoiar a ressocialização e profissionalização de 60 mulheres do Centro de Integração Social

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O Sebrae/PR promove, ao longo do mês de abril, o Projeto Voluntariado, que está capacitando mulheres que estão no Centro de Integração Social (CIS), em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, para incentivá-las na “geração do seu próprio emprego” através do empreendedorismo. Até o mês de maio, aos sábados, consultores do Sebrae/PR promovem, para 60 mulheres, oficinas online para estimular habilidades empreendedoras que colaborarão para a ressocialização, o empoderamento e a empregabilidade. A iniciativa é inédita.

O CIS, inaugurado em novembro de 2020 no Complexo Penitenciário de Piraquara, é uma Unidade de Progressão feminina no regime fechado, em que mulheres têm estudo e trabalho em tempo integral.

“Além dos temas técnicos, há um processo de sensibilização e autoconfiança para a redescoberta dessas mulheres e para que elas possam prover seus meios de sustento, serem protagonistas de sua vida e perceber que a realidade pode ser diferente”, afirma a assistente do Sebrae/PR, Juliana Julio Chaves.

O Sebrae/PR também articulou uma parceria entre empresários locais que participam do Selo Alimentos do Paraná e o CIS para a produção, na horta da unidade, de plantas medicinais e aromáticas que serão utilizadas como matéria-prima em seus negócios. Com o trabalho, as internas poderão receber um valor e ainda utilizar as horas trabalhadas para a progressão de regime.  Elas ainda receberão capacitações de boas práticas para a produção.

“São mulheres que enfrentam preconceito ao buscar trabalho em empresas convencionais e com a possibilidade de serem donas dos próprios negócios, isso abre um novo caminho de independência financeira, além de ser uma oportunidade de trilhar um retorno à sociedade e de diminuir as chances de cometerem novos crimes”, explica Paula Cozlik, diretora do Centro de Integração Social de Piraquara.

Entre os temas apresentados às mulheres estão a promoção de uma mentalidade empreendedora, abertura da empresa, boas práticas da rotina empreendedora, como ter uma ideia de negócio, primeiros passos, modelo de negócios, finanças, construção da presença online, jornada empreendedora, entre outros. As participantes ainda poderão conferir cases de empreendedoras e uma troca de experiências.

Já no início das capacitações, as mulheres perceberam a importância do trabalho realizado e fazem planos para o futuro. Por segurança, a pedido da direção do CIS, seus nomes não serão mencionados. Uma delas, que irá para o regime aberto em 2023, afirma que seu sonho é ter um food truck para a venda de sanduíches e pretende trabalhar para expandir o negócio no futuro. Ela reconheceu a importância da capacitação. “Esse projeto é muito importante para alcançar meus objetivos. Aprendemos que podemos ser bem mais do que somos e que temos capacidade de alcançar o sucesso. Foi muito interessante a gente se autoconhecer para descobrirmos o valor da nossa existência”, reflete uma das mulheres que estão CIS-Piraquara.

Outra interna, que alcançará o regime semiaberto em 2022, pretende criar uma empresa de entrega de mercadorias para que familiares possam enviar produtos para homens e mulheres presos. Ela explica que as oficinas representam um recomeço.

“Aprendi a analisar meus pontos fortes e fracos e pensar no que posso mudar para não errar mais. Preciso persistir e ter foco”, destaca.

Uma de suas colegas, com progressão de regime em 2023, quer reabrir um restaurante e voltar aos estudos para se tornar médica veterinária.

“Essas oficinas têm mostrado que não somos apenas detentas, mas que podemos nos reintegrar à sociedade e mostrar todos os nossos valores, apesar de nossos erros”, finaliza.

O projeto tem como parceiros o Instituto Aurora, PUCPR, Fanduca, Senai, GMF/TJ, Instituto Nhandeci, UFPR, Universidade Tuiuti do Paraná, Grupo Mulheres do Brasil, Colab Colibri, Instituto de Defesa do Direito de Defesa e Art of Living Foundation.

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