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ABIPLA é liderada por mulheres, pela primeira vez, em 44 anos

Entidade, que representa 80% do mercado de produtos de limpeza do País, é comandada, desde março, por Juliana Marra, presidente, e Renata Bertele, vice-presidente.

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Pela primeira vez, desde 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional – ABIPLA, entidade que representa 80% do mercado de higiene e limpeza do Brasil e movimenta R$ 20 bilhões anuais, é comandada por mulheres. Em março deste ano, Juliana Marra, gerente-sênior da Unilever, assumiu a presidência, com Renata Bertele, diretora da Ypê, como sua vice. Os mandatos vão de março deste ano até o fim de 2021. “Sempre tive muito contato com os temas da ABIPLA e é um enorme prazer assumir este posto, ainda mais sendo a primeira mulher no cargo”, diz Juliana, que assume a posição em um momento em que a entidade vem se reestruturando para ampliar seu alcance e se consolidar como referência em sanitização no Brasil.
“A ABIPLA tem o papel de ser a principal fonte de informação e articulação do setor de produtos de limpeza, seja para agências reguladoras, imprensa, autoridades públicas e até mesmo consumidores”, explica a presidente. Outras funções da entidade são o combate à utilização de produtos falsificados, adequação às normas de proteção ao meio ambiente e o trabalho de articulação com associações de outras indústrias que têm pleitos convergentes. “Às vezes, quando falamos de indústrias, mesmo que não sejam da mesma área, os problemas coincidem. Buscamos sempre um trabalho coletivo”, explica Juliana Marra.
Na mesma linha, Renata Bertele ressalta que, apesar de ser uma entidade que reúne corporações que lutam no dia a dia, por fatias de mercado, o foco na coletividade é ponto comum na associação. “Temos concorrentes pesados dentro do grupo, mas, quando a gente se encontra e se conecta sobre os mesmos temas, essas barreiras desparecem. Quando estou na ABIPLA, sou alguém que quer ajudar o coletivo. Este é o grande propósito de toda associação: tratar temas comuns para que a gente possa seguir o caminho do que é correto. Tenho muito orgulho de fazer parte da entidade”, conta a vice-presidente.
Para Renata, o papel da ABIPLA – e das associações em geral – não é apenas a busca por pleitos comuns ou de setores específicos, mas, também, uma contribuição para a sociedade como um todo. “Nosso papel, como associação, é batalhar por um País diferente, mais justo, que dê mais oportunidade para que outras empresas possam se conectar com suas associações e que isso possa ser uma alavanca e gerar crescimento de negócios e para as comunidades”, diz.
Perfil Juliana Marra
Curiosamente, a ABIPLA foi onde Juliana iniciou a carreira, ainda quando cursava a faculdade de Química Industrial. “Consegui um estágio, por indicação de uma colega de sala. Fiquei cerca de 10 meses, acompanhando o grupo de assuntos regulatórios”, explica. Após esse período, ela chegou à Ambev, para atuar na área de tratamento de água e esgoto. Comunicativa, passou a integrar a equipe de gestão ambiental, o que incluía treinamentos aos colaboradores. Além disso, cuidava do departamento de subproduto, que, em indústrias desse tipo, é considerado de grande importância para os resultados financeiros. “Temos que evitar o desperdício. Mosto de malte, por exemplo, acaba sendo utilizado na indústria animal”, conta.
Posteriormente, na Unilever, permaneceu por sete anos na área de assuntos regulatórios. Desde 2010, atua no departamento de assuntos corporativos, tendo já passado pelas áreas socioambiental, de comunicação externa e de relações governamentais. Hoje, é gerente-sênior de External Affairs, área responsável pelo relacionamento e representação externa da empresa no governo e junto às associações em geral.
Juliana é graduada em Química Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz, fez especialização em Relações Governamentais, no Insper, e, atualmente, cursa Executive MBA, na Fundação Dom Cabral.

Perfil Renata Bertele
Renata construiu sua carreira em setores diversos da economia: passou por companhias do setor elétrico, instituições financeiras e empresas de auditoria, antes de chegar à indústria. Coincidentemente, ramos predominantemente masculinos. “Nunca me senti incomodada nesse meio. Sempre acreditei que, se você fizer o trabalho da maneira correta, não há distinção”, conta ela, que vem de uma família de imigrantes europeus, que se fixaram no Rio Grande do Sul. “Sou filha de uma família italiana, genuinamente, machista”, brinca.
Renata iniciou a carreira no setor elétrico, na Rio Grande Energia, como auditora interna. “Era a única mulher no grupo”, lembra. Depois disso, foi para a Deloitte, onde começou a atuar com supervisão de projetos. Passou, então, pela Embratec Good Card, onde permaneceu por dois anos, Banco Matone e KPMG, uma das maiores empresas de auditoria e consultoria empresarial do mundo. Lá, além de coordenar a universidade KPMG, trabalhou em auditoria de setores variados, como shoppings centers, empresas de educação, do setor elétrico, naval, químico e construtoras. Chegou à Ypê, em 2018, onde é diretora de GRC (Governança, Riscos e Compliance).
Renata é formada em Administração de Empresas, pela Unisinos, possui MBA em Gestão de Projetos, pela FGV, MBA Executivo, pela Fundação Dom Cabral, e pós-MBA, na Kellog (Chicago).

Sobre a ABIPLA
Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública e consumo sustentável. Seus 39 associados representam 80% do mercado de higiene, limpeza e saneantes do Brasil, setor que movimenta R$ 20 bilhões anuais e responde por 50 mil empregos diretos.

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