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Childhood Brasil traz pesquisadora da The Economist para apresentar estudo “Fora das Sombras”

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Roberta Rivellino e Katherine Stewart

A Childhood Brasil, instituição fundada pela Rainha Silvia da Suécia, promoveu nesta terça-feira, em São Paulo, um debate com a pesquisadora da The Economist Intelligence Unit, Katherine Stewart, junto a integrantes da iniciativa privada e organizações da sociedade civil sobre o levantamento Out of the Shadows Index (em português, Índice Fora das Sombras – https://outoftheshadows.eiu.com). Criado pela “The Economist”, com o apoio da World Childhood Foundation, The Carlson Family Foundation e Oak Foundation, o índice é uma ferramenta de advocacy que examina como diversos stakeholders estão respondendo à problemática de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em 40 países.

Ao analisar diversas categorias como ambiente em que as crianças estão vivendo, enquadramento jurídico, capacidade e compromisso do governo, engajamento do setor privado, sociedade civil e mídia, o levantamento pretende mapear como os países estão respondendo ao problema. O index destaca áreas de atenção e avanços para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que incluem meta (16.2) para acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças até 2030.

O debate com o setor privado, uma das dimensões do Index, pretende analisar o cenário do segmento no Brasil e no mundo, e os avanços empresariais no enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, além de chamar a atenção dos públicos que ainda não possuem práticas nesse sentido para a temática.

Uma das principais conclusões do estudo Out of the Shadows Index é que a violência sexual infanto-juvenil ocorre em todos os lugares, independentemente do status econômico de um país ou a qualidade de vida dos seus cidadãos e a única estratégia eficaz para enfrentar essa violação é quando governos, sociedade civil e setor privado atuarem juntos. O Brasil ocupa a 11ª posição no levantamento, que é liderado pelo Reino Unido, seguido por Suécia e Canadá.

“Os stakeholders no Brasil estão se esforçando para construir respostas ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O marco legal é particularmente favorável, e a indústria, a mídia e a sociedade civil estão muito mais engajadas e conscientes no Brasil do que em outros países. Nossa pesquisa descobriu, por exemplo, que a indústria de viagens e turismo e a de internet estão tratando de questões relacionadas ao abuso e exploração sexual de meninas e meninos brasileiros, atuando na causa. Mas, ainda assim, sabemos que há muito mais a ser feito”, explica Katherine Stewart. No item engajamento da indústria, sociedade civil e mídia do levantamento o Brasil atingiu a sua melhor pontuação, ficando entre os cinco países melhor avaliados no quesito no mundo.

O lançamento do Index também marca um momento estratégico da Childhood Brasil, que em 2019 completa 20 anos de atuação. “O Out of the Shadows Index traz luz sobre a problemática, permitindo avaliar ao longo dos anos mudanças, avanços e retrocessos em cada país. Pretendemos utilizar o Index como ferramenta de advocacy para ajudar a intensificar a discussão com os mais diversos stakeholders”, diz Roberta Rivellino, presidente da Childhood Brasil. Ela destaca, ainda, que a violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema global e urgente e as respostas não dependem apenas de investimentos, mas, principalmente, da vontade política e da sociedade em prevenir essa grave violação.

Práticas avançadas no Brasil

Durante o evento também foi lançado o Projeto Soluções & Ferramentas, criado pela Childhood Brasil no âmbito do Programa Na Mão Certa, que visa estimular práticas empresariais mais avançadas no enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes oferecendo para as empresas soluções em termos de ferramentas e assessoria, para que elas posssam ampliar sua atuação na causa reconhecendo-a como um valor para os negócios e envolvendo diferentes públicos de sua cadeia de negócios. O entendimento da iniciativa privada sobre o conceito de Direitos Humanos e a convergência entre indicadores internacionais relacionados ao tema e os compromissos do Pacto Empresarial foi um dos caminhos adotados no desenvolvimento e implementação do projeto. Iniciado em 2015, a iniciativa ganha agora uma publicação que reúne toda a sua trajetória e experiências de nove projetos-piloto, desenvolvidos em 2018.

Essas práticas exitosas de empresas de setores distintos – embarcadores, transportadoras, concessionárias de rodovias e representantes do setor de energia, commodities e serviços – passam a ser inspiração para a disseminação junto a outras empresas. A estratégia, que orientou a criação do projeto Soluções e Ferramentas , foi buscar na diversidade e similari­dade das práticas empresariais insumos para construir um car­dápio de soluções alinhados aos compromissos do Pacto Empresarial Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras e pautados pelos Princípios Orientadores da ONU sobre Empresas e Direitos Humanos e as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Os projetos implementados em 2018, com o apoio técnico do Programa Na Mão Certa, foram liderados pelas empresas C&A, Duratex, InterCement, Leão Alimentos e Bebidas, Patrus Transportes, Ritmo Logís­tica, Tenda Atacado, Triunfo Participações e Investimentos, e Ultragaz. Eles são voltados à cadeia de fornecedores; lideranças e público interno; e comunidade e rede de proteção. Todos visam articular a proteção de crianças e adolescentes contra a violência sexual com a gestão dos negócios.

“A intersetorialidade está no DNA da Childhood Brasil. Desde o lançamento, em 2006, o Programa Na Mão Certa é uma incubadora de boas práticas empresariais para encontrarmos solu­ções nacionais e internacionais no enfrentamento dessa complexa violação dos direitos de crianças e adolescentes”, diz Eva Dengler, gerente de Programas e Relações Empresariais da instituição. “É urgente a necessidade de consolidar e aprofundar a metodologia de intervenção e en­frentamento, focando em territórios ou setores de maior risco para a ocorrência da exploração sexual de crianças e adolescentes”, completa. Cerca de 2.000 empresas já foram influenciadas a enfrentar a violência sexual de crianças e adolescentes por intermédio do Programa.

Sobre a Childhood Brasil

A Childhood Brasil é uma organização brasileira que faz parte da World Childhood Foundation, instituição internacional criada em 1999 pela Rainha Silvia da Suécia.  O seu foco de atuação é a proteção da infância e adolescência contra o abuso e a exploração sexual. A organização se tornou referência no país pois já desenvolveu e apoiou projetos que vêm transformando a realidade da infância brasileira vulnerável à violência, dando visibilidade e dimensão ao problema, implantando soluções efetivas adotadas por setores empresariais, serviços públicos e educando a sociedade em geral. Para mais informações, acesse o site: www.childhood.org.br 

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