O dia 8 de março é marcado pela
reinvindicação feminina para melhores condições de trabalho e, mesmo após 44
anos da oficialização da data, o cenário ainda está desfavorável. Pela questão
de gênero, muitas mulheres perdem oportunidades, sofrem com a desigualdade
salarial ou não conquistam postos de liderança. Uma pesquisa realizada pelo
IBGE mostrou que as mulheres são o grupo que menos consegue empregos, mesmo
sendo o maior grupo em idade ativa para trabalhar. Ao fazer o recorte dessa
realidade no que se refere a mulheres com câncer, é possível notar que as taxas
de sobrevivência têm crescido, mas pouco se fala sobre a qualidade de vida
dessas mulheres. Um estudo recente liderado pela oncologista Luciana
Landeiro, do Grupo Oncoclínicas, revelou
que mulheres com diagnóstico de câncer de mama, mesmo aquelas que já
enfrentaram a doença, têm menos chances no mercado de trabalho.
A argumentação “Retorno ao
trabalho após o diagnóstico do câncer de mama: Estudo prospectivo observacional
no Brasil” é resultado da tese de doutorado da médica na Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e foi publicada na Revista Câncer,
publicação científica norte-americana e uma das principais revistas
internacionais na área de oncologia.
A pesquisa foi realizada em mulheres
com idade entre 18 e 57 anos que foram entrevistadas por telefone com seis, 12
e 24 meses após o diagnóstico de câncer de mama. Antes do diagnóstico, 81% das
pacientes tinham emprego em tempo integral e 59,5% relataram que eram as
principais responsáveis pela renda familiar. A maioria das pacientes (94%)
gostava de sua atividade de trabalho e recebeu apoio de seu empregador (73%)
depois da identificação da doença. No entanto, apenas 29,1% de mulheres
relataram ter sido oferecido algum tipo de ajuste no seu trabalho, condição
importante para lidar com os efeitos adversos do tratamento. “As mulheres
que receberam ajustes na função por parte de seus empregadores tiveram 37 vezes
mais chances de retornar ao trabalho”, diz
a médica.
Aproximadamente, 80% das pacientes
tinham baixa renda familiar (com menos de quatro salários mínimo/mês por
família). Aos seis meses após o diagnóstico de câncer de mama, a taxa de
retorno ao trabalho foi de 21,5%. Um ano após o diagnóstico, essa taxa ficou em
30,3% e após dois anos do diagnóstico da doença a taxa registrada foi de 60,4%.
Segundo a Dra. Luciana, as taxas de retorno
foram menores que as registradas em pesquisas realizadas na América do Norte e
na Europa.
Pacientes submetidas à mastectomia
(retirada cirúrgica completa da mama), que foram diagnosticadas com depressão
após o câncer ou que experimentaram dor, retornaram significativamente menos
para suas atividades de trabalho. A pesquisa também revelou que a chance de
retornar ao trabalho foi nove vezes menor entre as mulheres tratadas com
terapia endócrina.
O estudo também concluiu que as
mulheres que recebiam dois ou mais salários mínimos tinham 17 vezes mais chance
de retornar ao trabalho do que as que ganhavam menos. As mulheres que se
submeteram à cirurgia conservadora (que retira o tumor e preserva a maior parte
possível da mama) também apresentaram vantagens em comparação às que foram
submetidas à mastectomia (retirada cirúrgica da mama). A chance de reinserção
no mercado de trabalho foi nove vezes maior para elas.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 66 mil
mulheres são diagnosticadas com câncer anualmente. Por isso, é preciso
desenvolver estratégias com foco na assistência e reabilitação para a volta ao
trabalho, assim como estimular o mercado a dar oportunidades às pacientes
oncológicas.
“Após o tratamento, as pacientes
precisam retomar sua vida normal. O retorno ao trabalho faz parte do retorno à
normalidade. Contudo, esse tema é pouco visitado e discutido. Acredito que a
criação de programas de inclusão no mercado de trabalho para pacientes
oncológicos poderia ser uma das formas de melhorarmos o número de pacientes que
retornam às suas atividades laborais após o câncer”, afirma a Dra. Luciana Landeiro.
SOBRE O GRUPO ONCOCLÍNICAS
Fundado em 2010, é o maior grupo especializado no tratamento do câncer na América Latina.
Possui atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 11 estados brasileiros. Atualmente, conta com 68 unidades entre clínicas e parcerias hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado em atualização científica, e com foco na segurança e o conforto do paciente.
Seu corpo clínico é composto por mais de 800 médicos, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pelo cuidado integral dos pacientes. O Grupo Oncoclínicas conta ainda com parceira exclusiva no Brasil com o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado a Harvard Medical School, em Boston, EUA. Para obter mais informações, visite www.grupooncoclinicas.com.
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