Embora etanol e metanol possam parecer semelhantes à primeira vista — ambos são álcoois incolores, inflamáveis e com cheiro parecido —, na realidade, eles possuem usos e efeitos no corpo humano totalmente distintos. Além disso, essa diferença não é apenas técnica: pode ser fatal.
Etanol: o álcool presente nas bebidas
O etanol é a forma de álcool encontrada em bebidas alcoólicas, como cerveja, vinho e destilados. Além disso, ele também é utilizado como combustível, em produtos de limpeza e até em alguns medicamentos. Quando ingerido, o etanol é metabolizado no fígado e se transforma em acetaldeído, substância tóxica que rapidamente é convertida em acetato — um composto que o corpo utiliza para gerar energia.
Metanol: uso industrial e risco à saúde
Por outro lado, o metanol é um álcool usado principalmente na indústria química, presente na fabricação de tintas, plásticos, solventes, formol e, ainda, como matéria-prima para o biodiesel. Quando ingerido, ele é metabolizado em formaldeído (utilizado em colas e conservantes industriais) e, posteriormente, em ácido fórmico, o mesmo encontrado no veneno das formigas. Essa transformação é altamente tóxica e, consequentemente, pode causar intoxicação grave, afetando órgãos sensíveis como o sistema nervoso e o nervo óptico. Entre os sintomas mais sérios estão cegueira irreversível, convulsões, coma e até a morte.
O perigo das bebidas adulteradas com metanol
Infelizmente, fraudes envolvendo bebidas alcoólicas adulteradas com metanol não são incomuns. Nesse contexto, a adição dessa substância em bebidas ilegais busca reduzir custos de produção, mas coloca em risco direto a vida dos consumidores. De fato, casos de intoxicação e mortes causados por metanol já foram registrados em São Paulo, o que gerou alertas de órgãos de saúde e de defesa do consumidor.
Como se proteger: o que observar nas bebidas
Portanto, para reduzir os riscos de consumir bebidas adulteradas, especialistas recomendam atenção redobrada:
Compre apenas em locais confiáveis: evite produtos de origem duvidosa, vendidos sem nota fiscal ou em embalagens improvisadas.
Verifique o lacre e a embalagem: garrafas originais possuem rótulo bem impresso, informações claras sobre o fabricante e selo fiscal.
Cheque o registro no Ministério da Agricultura (Mapa): esse número deve estar presente no rótulo e permite rastrear todo o processo de produção e comercialização da bebida.
Observe a presença do selo do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): ele também é obrigatório e garante que o produto passou pelo controle fiscal.
Desconfie de preços muito baixos: bebidas oferecidas abaixo do valor de mercado podem ser fraudulentas.
Observe características da bebida: alterações no cheiro, cor ou sabor podem indicar adulteração.
Além disso, fique atento a sintomas após o consumo: dores de cabeça intensas, visão turva, tontura e náusea podem ser sinais de intoxicação. Em caso de suspeita, procure atendimento médico imediatamente.
Alerta das autoridades
Nesse sentido, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), o Procon-SP e a Polícia Civil têm reforçado a fiscalização contra bebidas adulteradas. Assim, a orientação é sempre denunciar qualquer suspeita de fraude e evitar o consumo de produtos de procedência duvidosa.
No Google
Vale destacar que a palavra “metanol” alcançou recentemente a terceira posição entre os termos mais buscados no Google nos últimos sete dias, registrando um aumento de 4.900% no volume de pesquisas.
