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JBS assina acordo de aquisição de negócio de salmão para entrar no setor de aquicultura

Companhia formaliza proposta pela Huon Aquaculture, segunda maior produtora de salmão da Austrália, para ampliar sua plataforma global de proteínas

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Divulgação

A JBS anunciou nesta sexta-feira (dia 6) acordo para adquirir 100% da Huon Aquaculture, segunda maior produtora de salmão da Austrália e listada na Bolsa de Valores do país. A transação, com valor de mercado de US$ 315 milhões (R$ 1,6 bi) e um enterprise value de US$ 403 milhões (R$ 2,1 bi), já foi aprovada pelos acionistas majoritários e tem previsão de ser concluída no final de 2021, com a aprovação dos demais acionistas e das autoridades australianas. 

“Trata-se de um movimento estratégico, que marca a entrada da JBS no negócio de aquicultura. Vamos repetir o que fizemos anteriormente com frango, suínos e produtos de valor agregado – para deixar nosso portfólio ainda mais abrangente. A aquicultura será uma nova plataforma de crescimento dos nossos negócios”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.  

Verticalmente integrada, a Huon marcará o início da produção própria de peixes pela JBS, que já conta com o processamento de bovinos, aves, suínos e ovinos em unidades espalhadas pelo mundo. A Huon investiu mais de AU$ 350 milhões nos últimos cinco anos em infraestrutura operacional de ponta e práticas sustentáveis no ciclo de produção de salmão, posicionando a empresa para um crescimento sustentável. 

Ao todo, a Huon possui 13 locais de produção e 3 unidades de processamento de produtos de valor agregado. O salmão, por exemplo, é vendido em filés e pode ser encontrado em embalagens a vácuo no varejo, assim como produtos defumados ou ovas de salmão. 

A JBS já atua na Tasmânia com uma unidade de processamento de bovinos em Longford. É a segunda aquisição da Companhia na Austrália neste ano. Em abril comprou a Rivalea, líder na produção de suínos. Desde 2014, a empresa é dona da Primo Smallgoods, que tem um portfólio de marcas fortes. A JBS está no país desde 2007, quando adquiriu as operações da Swift. “Há uma grande complementaridade com as outras atividades que já desenvolvemos na Austrália, passando pelas iniciativas que envolvem relacionamento com clientes, distribuição e marketing”, afirm Brent Eastwood, CEO da JBS na Austrália 

Em março, a Seara, no Brasil, anunciou o início da distribuição de produtos no segmento de peixes e frutos do mar, com produtos como salmão, tilápia e camarão, entre outros. Agora, com a aquisição na Austrália, a JBS passa a ter produção própria. “São 33 anos de experiência da Huon com uma produção sustentável, de alta tecnologia, produtos de qualidade superior amplamente reconhecidos pelo consumidor australiano, num setor com ótimas perspectivas de crescimento no mundo todo”, diz Tomazoni. Além da participação expressiva no mercado australiano, 15% da produção da Huon é destinada para exportação. 

De acordo com a FAO (Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), nos próximos dez anos, o consumo per capita de peixes deve crescer 5% globalmente. Na Oceania, essa taxa deve alcançar 7% e, na China, 15%. O consumo global per capita de peixes é maior que o de aves, suínos ou carne bovina. Por ano, ultrapassa 20 kg, segundo a FAO. Para 1,5 bilhão de pessoas, os pescados representam 20% da ingestão média de proteína, enquanto esse número supera mais de 15% para 3 bilhões. Segundo projeção da FAO e da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), já em 2023, os peixes para consumo humano produzidos pela aquicultura vão superar o que é obtido da captura na pesca em mares e rios. 

As operações da Huon se destacam pelo monitoramento das atividades de seus locais de produção. Em 2014 lançou um painel interativo de sustentabilidade, na época uma iniciativa inédita em todo o mundo. Hoje a ferramenta inclui dados sobre o desempenho da empresa, investimento em pesquisas, além de informações sobre a fauna nos cursos d’água com que a Huon interage. A economia circular também é prioridade da companhia. Resíduos do processamento viram rações, petiscos para pets e vão para compostagem, se tornando base de fertilizantes. 

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