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Saber lidar com as perdas anteriores me fez chegar até aqui”, diz Ana Marcela Cunha

Medalhista de ouro na maratona aquática dos Jogos de Tóquio, a atleta do Time Ajinomoto revelou alguns dos segredos que a levaram ao topo do pódio no Japão

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04.08.2021 - Jogos Olímpicos Tóquio 2020 - COB. Ana Marcela na base brasileira de Chou. Foto de Júlio César Guimarães/COB.

“Muito obrigada a todos. E amanhã tem treino”. Foi desta forma que a baiana Ana Marcela Cunha, atleta do Time Ajinomoto e medalha de ouro da maratona aquática na prova dos 10 km nos Jogos de Tóquio, encerrou sua entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (4), ainda noite no Japão, na base do COB (Comitê Olímpico do Brasil), em Chuo.

A frase de encerramento não foi uma brincadeira. Ela e seu treinador Fernando Possenti, com quem voltou a trabalhar em 2017, terão mais uma sessão de treino antes de uma merecida folga de dez dias. A partir daí, eles já começarão a traçar os próximos objetivos no ciclo que irá até os Jogos de Paris, em 2024.

Esta obstinação em busca da perfeição, superando os traumas de ter ficado fora dos Jogos de Londres, em 2012, e do 10º lugar no Rio, em 2016, foi um dos temas sobre os quais a atleta do Time Ajinomoto falou na coletiva. Ela abordou ainda a estratégia que foi traçada para a prova, a preparação cuidadosa, que incluiu um longo período longe das redes sociais, e do orgulho que sente em poder representar o Brasil.

Confira abaixo os principais pontos da entrevista da atleta Ana Marcela Cunha:

Consciência do tamanho da conquista

“A ficha ainda não caiu completamente. Consegui falar com minha família, com minha namorada, alguns amigos mais próximos, mas não consegui falar com muita gente que eu gostaria. Todo mundo sabe que eu amo as redes sociais e adoro curtir este momento, mas a verdade é que antes dos Jogos eu me reservei. Mas quero agradecer a todos que mandaram as mensagens, antes ou depois da medalha. Está sendo gratificante.”

Força mental

“Acredito que saber lidar com as perdas anteriores me fez chegar até aqui. Ter ficado de fora dos Jogos de Londres e não ter ido bem no Rio foi uma motivação. A verdade é que eu estava obstinada. Queria muito ser campeã olímpica, é um marco muito importante na minha vida. Quem treina merece e faz acontecer. Fiz a prova da minha vida e agora estou aqui com esta medalha.”

Estratégia vencedora

“Fiz a minha prova, me desliguei das outras meninas para seguir no meu ritmo. Pela quantidade de braçadas, eu conseguia ser mais econômica, também por causa do calor. Meu objetivo era sempre ficar na segunda ou terceira linha, deixando alguém puxar o ritmo. Mantive a calma e soube ir ultrapassando as adversárias. Foi a prova perfeita.”

Preparação completa

“Voltei a trabalhar com o Fernando em 2017 e fechamos este ciclo com erros e acertos. Todos sabem o quanto conseguimos manter o nível de resultados ao longo destes anos, buscando pódios em todas as provas. Talvez só no Mundial de 2019, em Gwanju (Coreia do Sul), que eu fiquei fora do pódio [terminou em 5º lugar nos 10 km] e serviu de aprendizado. Ano passado, tivemos muita cautela e assim que o CT do COB reabriu, eles me deram oportunidade para poder treinar lá. Assim que foi possível, voltamos a viajar, tanto que passei 50 dias treinando na Europa, competindo na Espanha e na Itália junto com algumas das minhas adversárias em Tóquio. Fizemos treino em altitude, enfim, nos preparamos muito para este momento.”

Sentimento de orgulho

“Não conseguimos valorizar as nossas coisas. Chego em qualquer cidade do mundo e as pessoas se empolgam em saber que sou do Brasil, falam das nossas cidades. É muito gostoso poder ver a bandeira e escutar o nosso hino, representar mais de 200 milhões de pessoas. Fico grata em poder colocar o meu nome na história da maratona aquática e também em representar as mulheres com esta conquista. Se eu puder resumir tudo em uma palavra, seria gratidão aos que me proporcionaram chegar até aqui. Gratidão ao COB, aos meus patrocinadores, ao meu clube, em poder representar o meu país. Tenho orgulho de todo a caminho que tracei para chegar aqui”.

Projeto Vitória

O Time Ajinomoto faz parte do Projeto Vitória, iniciativa criada pela empresa em 2003, no Japão, e que chegou ao Brasil em 2019 com o objetivo de contribuir para o fortalecimento do esporte nacional. Atualmente, 32 atletas olímpicos e paralímpicos compõem o grupo e recebem suporte relativo à nutrição e aos benefícios da ingestão de aminoácidos por esportistas de alto rendimento.

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