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Empreendedorismo: Seis em cada dez empresas abertas em 2012 encerraram atividades em cinco anos

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Divulgação

Cerca de 40% das 597,2 mil empresas criadas em 2012 estavam ativas em 2017. Essa proporção, medida pela taxa de sobrevivência, aponta que seis em cada dez companhias encerraram suas atividades nesses cinco anos. Os dados são da Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, divulgada hoje pelo IBGE.

Em 2017, a pesquisa mostra que havia cerca de 4,5 milhões de empresas no país, 22,9 mil a menos em relação ao ano anterior. Eletricidade e gás foi a atividade com maior proporção de novas empresas no ano (23,3%), enquanto o setor de construção registrou o maior percentual de empresas que fecharam as portas (20,8%).

A analista da pesquisa, Denise Guichard, explicou que o saldo de empresas no mercado vinha positivo por vários anos até 2013. “Havia quase 4,8 milhões de empresas em atividade no país, com um saldo de 175 mil em relação a 2012, e o número de empresas crescendo. Mas esse número vem se reduzindo, com saldos negativos em todos os anos desde 2014, quando teve a maior queda, de quase 218 mil empresas”.

A tendência é que a taxa de sobrevivência se reduza com o passar dos anos. Por exemplo, das organizações criadas em 2012, 78,9% sobreviveram após um ano de funcionamento, 64,5% após dois anos, 55% após três anos, 47,2% após quatro anos e 39,8% estavam abertas em 2017. Já das 558,6 mil empresas criadas em 2008, 47,8% sobreviveram em cinco anos.

Considerando-se apenas a taxa de sobrevivência no primeiro ano, a maior foi registrada em 2008 (81,5%), caindo nos anos posteriores, até chegar a 71,9% em 2013, porém cresceu em 2014 (77,2%) e 2015 (78,3%), voltando a recuar para 73,2% em 2016.

Entre as empresas sobreviventes em 2017, quase 60% têm pelo menos uma pessoa assalariada. “Já a maioria das empresas que fecham é formada apenas pelos donos e sócios”, explicou Denise.

Ela ressalta também que, entre as empresas sobreviventes, 14,3% dos assalariados são de nível superior. “Já nas novas empresas, o pessoal com nível superior é somente de 8,7%. Nas que fecharam, corresponde a 7,6% do pessoal ocupado assalariado”, concluiu a analista da pesquisa.

Na análise de empreendedorismo, a pesquisa estuda, entre outros aspectos, as empresas de alto crescimento, que são aquelas com 10 ou mais pessoas assalariadas no ano inicial de observação e que apresentaram crescimento médio anual de pessoal assalariado de pelo menos 20% por um período de três anos. 

A pesquisa mostra que as 20.306 empresas de alto crescimento representam o menor número da série iniciada em 2008 (30.954), enquanto o maior foi registrado em 2012 (35.206). Entre 2016 e 2017, houve redução do número de empresas de alto crescimento, tanto em termos absolutos, 692 empresas, como relativos, 3,3%.

Esse grupo representava 0,5% das organizações ativas, 0,8% das empresas com pessoas ocupadas assalariadas e 4,5% daquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas.

Em 2017, o Cadastro Central de Empresas (Cempre) somava 4,5 milhões de empresas ativas, que ocupavam 38,4 milhões de pessoas, sendo 31,9 milhões (83,1%) como assalariadas e 6,5 milhões (16,9%) como sócio ou proprietário. Na comparação com 2016, houve uma queda de 0,5% no número de empresas (menos 22,9 mil) e de 0,4%, tanto no pessoal ocupado total (menos 163,0 mil), quanto nos assalariados (menos 134,9 mil).

O saldo de empresas foi negativo (menos 22,9 mil), assim como em 2016 (menos 71,1 mil), 2015 (menos 5,0 mil) e 2014 (menos 217,7 mil). Do total de empresas ativas, 84,8% (3,8 milhões) eram sobreviventes e 15,2% correspondiam a entradas (676,4 mil), das quais 11,3% referentes a nascimentos (503,2 mil) e 3,9%, a reentradas (173,2 mil). As empresas que saíram do mercado totalizaram 15,7% (699,4 mil empresas).

As entradas representaram 829,4 mil pessoas assalariadas no mercado de trabalho formal, um ganho de 2,6%. E as saídas corresponderam a um total de 469,4 mil pessoas assalariadas, o que gerou uma perda de 1,5%. A diferença entre entradas e saídas resultou em um saldo positivo de pessoal assalariado de 360,0 mil pessoas.

Em comparação com 2016, as entradas foram 4,3% maiores e ocasionaram um acréscimo de pessoal ocupado assalariado de 12,2%. Já as saídas de empresas foram 2,8% menores, com uma redução de 7,4% no pessoal ocupado assalariado.

96,6% das empresas com 10 ou mais ocupados sobreviveram em 2017

Em 2017, entre as empresas que entraram no mercado, 73,9% não tinham pessoal ocupado assalariado, mas apenas sócios e proprietários, e 23,9% possuíam de 1 a 9 pessoas assalariadas. Em relação às saídas, 82,8% não tinham pessoal ocupado assalariado, e 16,2% registravam de 1 a 9 pessoas assalariadas.

Entre as empresas sem pessoal assalariado 75,7% sobreviveram, naquelas com 1 a 9 pessoas ocupadas assalariadas esta taxa alcançou 91,7%, chegando a atingir 96,6% nas empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas.

Homens e pessoas sem nível superior eram maioria entre os assalariados

Nas empresas ativas em 2017, 60,8% do pessoal ocupado assalariado eram homens e 39,2%, mulheres, percentual próximo ao das empresas sobreviventes: 60,9% e 39,1%. Considerando o pessoal assalariado vinculado à entrada de empresas no mercado, 57,6% eram homens e 42,4%, mulheres e, em relação àquele ligado às empresas que saíram do mercado, 59,5% eram homens e 40,5%, mulheres. 

Considerando o nível de escolaridade, a participação do pessoal assalariado sem nível superior foi de 85,8% nas empresas ativas; 85,7% nas empresas sobreviventes; 91,3% nas empresas que entraram no mercado e 92,4% nas que saíram.

Eletricidade e gás apresentou a maior taxa de entrada (23,3%) e Construção, a maior taxa de saída (20,8%)

Entre as atividades econômicas, as maiores taxas de entrada foram observadas em: Eletricidade e gás (23,3%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (20,7%), Atividades profissionais, científicas e técnicas (20,1%), Atividades imobiliárias (20,0%), Construção (19,7%) e Informação e comunicação (19,3%).

Por outro lado, as menores taxas foram registradas em: Indústrias de transformação (11,0%), Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (13,0%), e Indústrias extrativas (13,1%). Essas foram as atividades que apresentaram as maiores taxas de sobrevivência de empresas: 89,0%, 87,0% e 86,9%, respectivamente.

Já as maiores taxas de saída foram: Construção (20,8%), Outras atividades de serviços (19,1%) e Informação e comunicação (18,3%). As menores foram: Saúde humana e serviços sociais (9,1%), Educação (12,5%) e Indústrias de transformação (13,7%).

Empresas que nasceram em 2008 tiveram as maiores taxas de sobrevivência

Entre as empresas que nasceram em 2012, a taxa de sobrevivência foi de 78,9% após 1 ano de funcionamento (2013), 64,5% após 2 anos (2014), 55,0% após 3 anos (2015), 47,2% após 4 anos (2016) e 39,8% após 5 anos (2017).

As empresas que nasceram em 2008 tiveram as maiores taxas de sobrevivência num período de cinco anos. Do total de empresas que nasceram em 2008 (558,6 mil), 81,5% sobreviveram até 2009, 70,8% sobreviveram após dois anos, 61,0% após três anos e 47,8% após cinco anos. Já as menores taxas de sobrevivência foram observadas dentre as empresas que nasceram em 2013: 71,9% sobreviveram após 1 ano, 61,0% após 2 anos, 51,5% após 3 anos e 42,6% após cinco anos.

86,3% das empresas sobreviventes se mantiveram na faixa de pessoal ocupado assalariado

Em 2016, 38,6% das empresas estavam na faixa de 0 pessoas ocupadas assalariadas; 50,4%, na faixa de 1 a 10; 9,1%, na faixa de 11 a 49; e 1,8%, na faixa de 50 ou mais. Já em 2017, o percentual era: 40,7% (faixa de 0 pessoas ocupadas assalariadas), 47,7% (faixa de 1 a 10), 8,6% (faixa de 11 a 49) e 1,7% (faixa de 50 ou mais).

Com relação à mobilidade das empresas sobreviventes de 2016 para 2017, 86,3% das empresas se mantiveram na faixa de pessoal ocupado assalariado, 5,0% mudaram para faixa superior e 7,3% caíram para faixa inferior de pessoal assalariado.

Sul e Sudeste registraram as maiores taxas de sobrevivência

Em 2017, existiam 4,9 milhões de unidades locais ativas, das quais 50,0% estavam localizadas na região Sudeste; 22,5%, na região Sul; 15,5%, na região Nordeste; 8,3%, na região Centro-Oeste; e 3,7%, na região Norte.

As regiões Sul (86,6%) e Sudeste (85,0%) registraram as maiores taxas de sobrevivência, enquanto as maiores taxas de entrada e saída foram observadas nas regiões Norte (19,0% e 18,8%), Centro-Oeste (17,2% e 16,4%) e Nordeste (16,9% e 16,9%). O Sul teve a menor taxa de saída do Brasil (13,8%). Mas a redução mais significativa (2,8 p.p.) foi observada no Nordeste entre 2012 (19,7%) e 2017 (16,9%).

As maiores taxas de sobrevivência entre as unidades da federação foram: Rio Grande do Sul (87,4%), Santa Catarina (87,2%), Minas Gerais (86,2%) e Paraná (85,5%). Já, Amazonas (78,5%), Maranhão (80,1%), Pará (80,5%) e Amapá (81,1%) registraram as menores.

Empreendedorismo: Número de empresas de alto crescimento foi o menor da série histórica  

Em 2017, existiam, no Brasil, 20.306 empresas de alto crescimento (crescimento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano por um período de três anos e com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação). Esse foi o menor número da série iniciada em 2008 (30.954) e o maior foi em 2012 (35.206).

Essas empresas representavam 0,5% das empresas ativas, 0,8% das empresas com pessoas ocupadas assalariadas e 4,5% das empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas. Elas foram responsáveis pela absorção de 7,9% das pessoas assalariadas (2,5 milhões) e pelo pagamento de 6,9% dos salários e outras remunerações.

Entre 2016 e 2017, houve redução do número de empresas de alto crescimento, tanto em termos absolutos (692 empresas) como relativos (3,3%), com a queda abrangendo 8 das 11 seções analisadas. Educação registrou a maior queda tanto em termos absolutos (217 empresas) como em termos relativos (19,1%). Construção apresentou a segunda maior retração (185 empresas e 9,0%), seguida por Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (159 empresas e 2,9%).

No triênio 2015-2017, houve queda no número de empresas de alto crescimento (menos 5.490), o que representa uma redução de 21,3%. As maiores perdas em valores absolutos foram nas seções Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (1.570) e Construção (1.030). Construção (-35,5%) e Educação (-31,4%) destacaram-se em termos relativos. Informação e comunicação apresentou a menor redução (-4,5%).

Quase metade das unidades locais das empresas de alto crescimento encontrava-se na região Sudeste (49,2%), seguida pelas regiões Sul (19,3%), Nordeste (17,5%), Centro-Oeste (8,7%) e Norte (5,3%). A distribuição das unidades locais das empresas ativas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas apresentou um padrão semelhante, com as regiões Sul e Sudeste respondendo, juntas, por 70,2% de tais unidades.

55,2% das empresas de alto crescimento estavam na faixa de 10 a 49 pessoas ocupadas assalariadas

O conjunto das empresas com pessoas assalariadas apresentou uma variação relativa de 1,4% no pessoal ocupado assalariado (446,0 mil novos postos) de 2014 (31,4 milhões) para 2017 (31,9 milhões). Entre empresas de alto crescimento, esse aumento foi de 171,0% (1,6 milhão de novos postos).

Em relação ao porte, em 2017, 55,2% das empresas de alto crescimento estavam na faixa de 10 a 49 pessoas ocupadas assalariadas; 36,7%, de 50 a 249; e 8,1%, de 250 ou mais. As empresas com 10 a 49 pessoas ocupadas representavam 13,9% do total de assalariados e pagava 11,2% dos salários e outras remunerações. Por outro lado, nas empresas com 250 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, esses percentuais eram de 56,5% e 61,4%.

A distribuição das empresas de alto crescimento em relação à faixa de idade foi: maior que 10 a 20 anos (33,7%), maior que 5 a 10 anos (33,5%), maior que 20 até 30 (13,9%), de 3 até 5 anos (11,9%), maior que 30 até 40 anos (4,4%) e maior que 40 anos (2,6%).

Homens ainda são maioria entre os assalariados das empresas de alto crescimento, mas participação feminina vem crescendo

Nas empresas de alto crescimento, em 2017, o percentual de homens (62,4%) no total de pessoal ocupado assalariado era maior que o de mulheres (37,6%). Mas, no período de 2009 a 2017, houve um aumento da participação feminina, tanto nas empresas de alto crescimento (de 31,0% para 37,6%) quanto nas empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (de 33,5% para 37,6%).

A participação do pessoal ocupado assalariado com ensino superior completo nas empresas de alto crescimento passou de 9,6% (2009) para 15,1% (2017), o que representa um avanço de 5,5 p.p. Já nas empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, essa variação foi de 10,2% para 15,6% (5,4 p.p.).

11,9% das empresas de alto crescimento eram gazelas

Em 2017, havia 2.422 empresas gazelas (empresas de alto com faixa de idade entre três e cinco anos no ano de referência). Esse número foi o menor da série histórica, iniciada em 2008, enquanto o maior número de empresas gazelas foi observado em 2012 (4.671). As empresas gazelas, em 2017, representavam 11,9% das empresas de alto crescimento e empregavam 198,8 mil pessoas assalariadas. Na comparação com 2016, houve uma queda de 11,1% no número de empresas e de 17,3% no pessoal ocupado assalariado.

A maioria das empresas gazelas estavam concentradas na faixa de 10 a 49 pessoas ocupadas assalariadas (59,9%), seguidas pela faixa de 50 a 249 pessoas (35,3%) e de 250 ou mais pessoas (4,8%). Entre as pessoas assalariadas, era maior a participação masculina (64,5%) e de pessoas sem nível superior completo (89,7%).

CidadeMarketing com informações do IBGE

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