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Marketing, uma mera questão racional?

Mais que ser tecnicamente perfeita uma marca precisa possuir vida!

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Todas as pesquisas mais recentes sobre o processo de tomada de decisões, hoje contando com o apoio de exames laboratoriais de escaneamento funcional, corroboram com a premissa psicológica amplamente defendida no século anterior de que nossas decisões são muito menos racionais do que gostaríamos.  Claro que isto possui um profundo impacto sobre o marketing, suas abordagens e ferramentas em todas as fases que o compõem.

 

Não é por acaso que hoje vivemos tão focados na Economia da Experiência, afinal as experiências se refletem tanto nas características emocionais de nossas decisões, quanto nas racionais; uma vez que a busca pelo prazer, satisfação e excelência também possuem apelos racionais, facilmente compreendidos.  Hoje, quando discutimos posicionamento, conceito vital para o sucesso do Marketing, precisamos refletir sobre os diferentes impactos emocionais e racionais que derivam desta nossa escolha estratégica.  Isso deve ser feito de maneira dinâmica e não estática, porque nossas percepções estão sujeitas a alterações a cada instante.

 

Precisamos atuar sobre a dinâmica das alterações de percepção e não apenas sobre a generalização daquilo que consideramos seja a “moda” (valor mais frequente em uma série estatística) das percepções.  Lembremos que Steve Jobs sempre repetia que a Apple não deveria perguntar a seus clientes o que eles desejavam (visão estática), porque eles não saberiam responder.

 

Embora o mercado (entidade fictícia que usamos para substituir o comportamento das pessoas como agentes decisores) seja a fonte de nossas pesquisas; as particularidades da essência humana, mais que suas manifestações em termos de média, moda ou mediana é que constituem as verdadeiras bases de pesquisa dos profissionais sérios de marketing!  Produtos são desenvolvidos, serviços são oferecidos e experiências são vivenciadas – se esta tríade não ocorrer em sintonia com as particularidades da essência humana, nosso marketing não será melhor que um livro ruim, uma música ruim ou uma peça de teatro ruim, ainda que todos os fundamentos de construção e boa execução das referidas obras esteja de acordo com os “protocolos”.

 

Mais que ser tecnicamente perfeita uma marca precisa possuir vida!

 

Um planejamento estratégico sem execução é apenas um documento de boas intenções!

 

O excesso de racionalização do marketing o aprisiona em um labirinto de tentativa e erro de baixa produtividade.

 

O marketing não acontece no departamento, na empresa ou no mercado, acontece no universo humano das interações racionais, emocionais, espirituais.

 

Seus componentes tangíveis e intangíveis não são facilmente decupados em um gráfico ou modelos estatísticos, é ciência e arte, simultaneamente. A tecnocracia não nos trará soluções inovadoras para um mundo assolado pela mesmice. Precisamos de profissionais ricos, não em fórmulas, regras e estatísticas, mas em conteúdo capaz de causar sensações permanentes em nossa razão e emoção.

 

Aí está nosso público-alvo, ansiando por ser cativado, surpreendido, maravilhado. O que você vai fazer a respeito?

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