O dólar completou a terceira sessão consecutiva de queda no Brasil e encerrou esta sexta-feira (12) no menor valor em 15 meses, apesar de a moeda norte-americana apresentar ganhos frente a outras divisas no exterior. Cotado a R$ 5,35, o câmbio atingiu o nível mais baixo desde junho de 2024, sinalizando um movimento de alívio no mercado cambial brasileiro.
A expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) nos próximos meses, combinada à manutenção da taxa básica de juros em 15% pelo Banco Central do Brasil, fortalece a avaliação de que a tendência de curto prazo para o dólar pode ser de queda em direção aos R$ 5,30.
Cotação do dólar hoje
Dólar à vista: caiu 0,69%, encerrando o dia a R$ 5,3537 — menor valor desde 7 de junho de 2024, quando fechou em R$ 5,3247. Na semana, a moeda acumulou desvalorização de 1,11%.
Dólar futuro (outubro): recuava 0,72% na B3 às 17h06, sendo negociado a R$ 5,3760.
Cotações do dia:
Dólar comercial
Compra: R$ 5,353
Venda: R$ 5,354
Dólar turismo
Compra: R$ 5,384
Venda: R$ 5,564
O recuo da moeda norte-americana ocorre em meio à repercussão da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão e à inelegibilidade por oito anos. A decisão também envolveu outros sete réus e provocou reações internacionais: o governo dos Estados Unidos classificou a medida como “caça às bruxas”, enquanto o ex-presidente Donald Trump chamou o julgamento de “terrível”.
O Itamaraty respondeu que o Brasil “não se intimidará”, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que novas medidas serão tomadas. Apesar do cenário político conturbado, uma pesquisa do Ipsos/Ipec publicada na quinta-feira (11) indicou melhora na avaliação do governo Lula: a aprovação subiu de 25% para 30%, enquanto a avaliação negativa caiu de 43% para 38%.
No campo econômico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira o desempenho do setor de serviços em julho. O volume do setor subiu 0,3% em relação a junho, abaixo da mediana das estimativas do Projeções Broadcast, que previa alta de 0,4%.
Frente a julho de 2024, o volume de serviços avançou 2,8%, registrando a 16ª taxa positiva consecutiva e igualando a mediana das previsões. No acumulado do ano, o crescimento foi de 2,6%, e em 12 meses, de 2,9%.