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Itaú emite comunicado sobre demissão em massa após revisão de condutas no home office

A inteligência artificial e o monitoramento do trabalho remoto tornaram-se pontos-chave nas estratégias das corporações.

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Com programação híbrida, segunda edição do evento reunirá líderes do banco, pesquisadores e especialistas para compartilhar com o público interno tendências que estão moldando o mundo corporativo.
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O debate sobre o home office, que ganhou força após a pandemia de Covid-19, voltou ao centro das discussões no mercado de trabalho brasileiro. O motivo foi uma decisão do Itaú Unibanco, maior banco do país, que promoveu uma demissão em massa nesta segunda-feira (8/9), alegando falhas relacionadas ao trabalho remoto.

Segundo comunicado oficial, os desligamentos ocorreram após uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”. O banco informou que, em alguns casos, foram identificados “padrões incompatíveis com os princípios de confiança”, considerados inegociáveis pela instituição.

“Essas decisões fazem parte de um processo de gestão responsável e têm como objetivo preservar nossa cultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade”, destacou o Itaú em nota.

Desde o início da semana, os cortes repercutiram fortemente nas redes sociais. Diversos usuários relataram que os desligamentos atingiram funcionários que mantinham seus computadores ligados, mas não desempenhavam as atividades de forma regular.

As críticas também apontaram incoerência no anúncio, feito em setembro, mês marcado pela campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. Internautas lembraram que o setor bancário é conhecido por gerar altos níveis de estresse, associados a doenças como burnout, ansiedade e depressão.

Embora o banco não tenha divulgado o número oficial de dispensados, estima-se que milhares de colaboradores tenham sido demitidos. O Itaú conta atualmente com aproximadamente 100 mil colaboradores.

O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região emitiu uma nota de repúdio contra as demissões.

“Apesar de o banco alegar queda de produtividade para justificar as mil demissões nesta segunda-feira (08), o número excessivo de desligamentos, caracterizando demissão em massa, é desproporcional e injustificável diante da realidade.  O Itaú menciona em seu Código de Ética e Conduta a busca por um clima organizacional baseado em respeito, confiança e aprendizado contínuo. A ausência de diálogo com os trabalhadores e a falta de negociação com o sindicato contrariam essas premissas assumidas pela própria instituição.”

Especialistas em tecnologia e mercado financeiro avaliam que a decisão do Itaú pode estar relacionada ao avanço da inteligência artificial (IA) aplicada à gestão de equipes. Ferramentas automatizadas já permitem o rastreamento de métricas detalhadas de produtividade, como tempo de tela ativa, padrões de acesso e até análise preditiva de performance. Esse tipo de monitoramento, cada vez mais sofisticado, tende a influenciar diretamente as políticas de recursos humanos em grandes corporações.

A hipótese levantada por analistas é que bancos brasileiros estejam adotando soluções baseadas em IA para avaliar a eficiência do trabalho remoto, prática já observada em instituições financeiras internacionais. Esse movimento poderia explicar o rigor na revisão das condutas e abre uma discussão delicada sobre privacidade, ética e equilíbrio entre controle e confiança no ambiente de trabalho.

Além do monitoramento, a automação impulsionada pela inteligência artificial também encurta etapas tradicionais do trabalho bancário, como análise de crédito, verificação de documentos e atendimento ao cliente. Processos que antes exigiam equipes numerosas passaram a ser realizados de forma quase instantânea por sistemas automatizados. Essa eficiência, ao mesmo tempo que reduz custos e aumenta a agilidade operacional, também pode levar à diminuição do quadro de funcionários, já que parte das funções perde espaço para soluções digitais.

O episódio reacende o debate sobre a modalidade de trabalho remoto. Enquanto algumas empresas mantêm políticas flexíveis, grandes corporações internacionais têm restringido ou até encerrado a prática, alegando dificuldades de gestão e produtividade.

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