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Com parto simulado e uma “vida real”, bebê reborn vira febre no Brasil

Além do brinquedo, um refúgio emocional.

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Chamam a atenção pelo realismo impressionante: berços equipados, roupinhas de algodão, mamadeiras, incubadoras, pulseirinhas de identificação e até salas de parto. Não se trata de um hospital, mas sim de “maternidades reborn” — espaços criados especialmente para dar vida às bonecas bebê reborn, réplicas hiper-realistas de recém-nascidos que vêm conquistando um público fiel e apaixonado em todo o Brasil. Em alguns vídeos, é possível assistir ao parto simulado, com a boneca sendo retirada cuidadosamente de uma bolsa amniótica artificial, em um cenário que imita uma cesárea ou parto normal, com direito a choro, batimentos cardíacos simulados e cuidados neonatais. O resultado é uma encenação tão detalhada que confunde à primeira vista.

A fabricação dessas bonecas é artesanal e minuciosa. Os modelos mais simples custam a partir de R$ 250, mas os mais elaborados — com batimentos cardíacos, respiração simulada, peso e textura semelhantes a um bebê real — podem ultrapassar R$ 10 mil. Cada bebê reborn é moldado com materiais como vinil siliconado, recebe camadas de pintura especial para simular a pele humana, e vem acompanhado de enxoval completo. Muitas vezes, esses bebês ganham uma “vida real”: são registrados em certidões fictícias, recebem nomes, quartinhos decorados e são tratados como filhos por suas donas. O público é composto majoritariamente por mães que já criaram seus filhos e sentem saudade da rotina de cuidados, mulheres solteiras que projetam afeto nas bonecas e colecionadoras adultas que participam de grupos, encontros e eventos especializados nesse universo. Apesar do sucesso, o movimento é frequentemente alvo de críticas nas redes sociais, onde internautas questionam a relação emocional intensa que algumas mulheres estabelecem com os bonecos, alimentando o debate entre arte, afeto e saúde mental.

Mais do que um simples hobby, o universo dos bebês reborn tem se consolidado como uma forma de terapia emocional para muitas mulheres. Relatos frequentes mostram que essas bonecas hiper-realistas auxiliam no enfrentamento do luto pela perda de um filho, no combate à depressão e na amenização da solidão. Em um cenário onde o isolamento afetivo tem crescido, os bebês reborn surgem como uma resposta sensível ao vazio emocional causado por ausências, perdas ou mudanças profundas na rotina familiar. Algumas mulheres relatam que sempre sonharam em ser mães, mas por diversas razões não conseguiram realizar esse desejo — encontrando, nas reborns, uma maneira simbólica e afetuosa de preencher essa lacuna. Há também quem valorize o aspecto artístico dessas criações, transformando-as em peças de coleção. Esse público costuma se reunir em encontros presenciais, feiras e exposições, onde compartilham experiências, apresentam suas “famílias” e participam de cursos para aprender a confeccionar seus próprios bebês reborn — transformando o carinho por essas bonecas em um negócio e, muitas vezes, em uma nova profissão.

@sweetcarolyt

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♬ som original – Sweet Carol

De hobby a negócio, o universo reborn é hoje um segmento em expansão no mercado brasileiro. Ateliês personalizados, produção sob encomenda, lojas virtuais e marketplaces movimentam milhares de reais por mês. Vídeos com partos simulados, montagens de enxoval e rotinas de cuidados acumulam milhões de visualizações no TikTok, Instagram e YouTube. Mesmo diante das polêmicas, o sucesso dos bebês reborn mostra como a linha entre fantasia e afeto pode ser tênue — e extremamente poderosa quando se conecta às emoções humanas mais profundas.

Em um ato polêmico, alvo de críticas nas redes sociais, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, na última quarta-feira (7), o projeto de lei que institui o Dia da Cegonha Reborn, em homenagem às artesãs que produzem os chamados bebês reborn — bonecas hiper-realistas que simulam recém-nascidos. A proposta ainda aguarda a sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD) para ser oficialmente incluída no calendário comemorativo da cidade. A data escolhida para a celebração é 4 de setembro.

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