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Podcast: Leite dispara 22% em julho reflexo da entressafra e aumento nos custos de produção

A alimentação fora do domicílio teve alta de 1,27% em julho, acelerando em relação a junho (0,74%).

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a 0,13% em julho, 0,56 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em junho (0,69%). Essa é a menor variação mensal do IPCA desde junho de 2020 (0,02%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,79% e, em 12 meses, de 11,39%, abaixo dos 12,04% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2021, a taxa foi de 0,72%.

 

Período TAXA
Julho de 2022 0,13%
Junho de 2022 0,69%
Julho de 2021 0,72%
Acumulado no ano 5,79%
Acumulado nos últimos 12 meses 11,39%

 

Houve variações positivas em seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. O maior impacto (0,25 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (1,16%), que acelerou em relação a junho (0,25%). Já a maior variação veio de Vestuário (1,39%), que acumula, no ano, alta de 11,01%. No lado das quedas, destacam-se os grupos Transportes (-1,08%) e Habitação (-0,78%), que contribuíram conjuntamente com -0,36 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,05% em Comunicação e a alta de 0,79% em Despesas pessoais.

Grupo Variação Mensal (%) Impacto (p.p.)
Junho Julho Junho Julho
Índice Geral 0,69 0,13 0,69 0,13
Alimentação e bebidas 0,25 1,16 0,05 0,25
Habitação 0,66 -0,78 0,10 -0,12
Artigos de residência 0,94 0,39 0,04 0,01
Vestuário 1,77 1,39 0,08 0,06
Transportes 0,84 -1,08 0,19 -0,24
Saúde e cuidados pessoais 1,27 0,71 0,16 0,09
Despesas pessoais 0,54 0,79 0,05 0,08
Educação 0,07 0,07 0,00 0,00
Comunicação 0,36 -0,05 0,02 0,00
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. 

 

O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,16%) foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços do leite longa vida (22,27%), maior impacto individual no índice do mês, com 0,18 p.p. No ano, a variação acumulada do produto chega a 57,42%. Além disso, alguns derivados do leite também registraram alta no IPCA-15 de julho, a exemplo do requeijão (4,74%), da manteiga (4,25%) e do queijo (3,22%). Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.

“Uma parcela do aumento do leite longa vida se dá em função da entressafra do produto – que ocorre todo ano de março a outubro. O preço do leite subiu também impactado pelo aumento nos custos de produção devido à alta de commodities como milho e soja, principais insumos para a fabricação de rações animais. Além disso, é preciso destacar a categoria do leite longa vida e a relação intensa no processo industrial – até chegar ao consumidor final”, esclarece Thales Brandão do portal CidadeMarketing.

alimentação fora do domicílio teve alta de 1,27% em julho, acelerando em relação a junho (0,74%). Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às do mês anterior (1,10% e 0,70%, respectivamente).

Em Vestuário (1,39%), o destaque ficou com as roupas masculinas, cujos preços subiram 1,97% em julho. Além disso, foram registradas altas superiores a 1% também nos preços dos calçados e acessórios (1,57%) e das roupas femininas (1,32%).

A queda no grupo dos Transportes (-1,08%) foi influenciada pelo recuo nos preços dos combustíveis (-4,88%), em particular da gasolina (-5,01%) e do etanol (-8,16%). O óleo diesel seguiu na contramão dos demais combustíveis, com alta de 7,32%. No lado das altas, as passagens aéreas subiram 8,13%, contribuindo com 0,05 p.p. no IPCA-15 de julho. Cabe mencionar também a variação positiva do ônibus urbano (0,67%), consequência do reajuste de 11,36% nas passagens em Salvador (7,46%) aplicado efetivamente a partir de 4 de junho.

Em Habitação (-0,78%), destaca-se queda de 4,61% na energia elétrica residencial. Em julho, segue em vigor a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. As variações de energia elétrica nas áreas foram desde -12,02% em Goiânia, onde houve redução do ICMS de 29% para 17%, a partir de 23 de junho, até 1,09% no Recife. Também houve reduções de ICMS em diversas outras regiões, a exemplo de Curitiba (-10,28%), Porto Alegre (-10,19%) e Salvador (-6,90%), na esteira da Lei Complementar 194 e da sua subsequente incorporação no âmbito das legislações estaduais. Houve reajustes tarifários em algumas áreas:

Região Reajuste (%) Data Variação (%)
Belo Horizonte 5,66 22/06 -5,95
Curitiba 1,95 24/06 -10,28
Recife -4,10 13/07 1,09
Fortaleza -3,03 13/07 -0,28
Salvador -0,50 13/07 -6,90
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. 

 

Além dessas regiões, houve também reajuste de 8,72% em uma das concessionárias de Porto Alegre (-10,19%), vigente desde 22 de junho, de 10,43% em uma das concessionárias de São Paulo (-3,50%), em vigor desde 4 de julho, e de -4,34% em uma das concessionárias do Rio de Janeiro (-0,98%), a partir de 13 de julho. Além das tarifas por kWh, da bandeira tarifária e do ICMS, também entram no cálculo da conta padrão de energia elétrica a taxa de iluminação pública (TIP) e as alíquotas de PIS/COFINS.

Ainda em Habitação, a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,66%) decorre dos reajustes em três regiões: Belém (8,43%): reajuste de 20,81%, a partir de 28 de maio; Porto Alegre (3,86%): reajuste total de 18,16% em uma das concessionárias, a partir de 1º de julho; e Curitiba (0,46%): reajuste de 4,99%, a partir de 17 de maio.

Em Curitiba, houve ainda reajuste de 9,16% nas tarifas de gás encanado, vigente desde 18 de maio. Com isso, o resultado do subitem na área ficou em 1,10% e, no Brasil, em 0,14%.

Houve altas em sete das onze áreas pesquisadas no IPCA-15. A maior alta foi no Recife (0,87%), por conta da gasolina (1,25%) e do lanche (3,95%). O menor resultado foi em Goiânia (-0,98%), influenciado pelas quedas na gasolina (-11,91%) e na energia elétrica (-12,02%).

 

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%)
Junho Julho Ano 12 meses
Recife 4,71 0,84 0,87 6,77 12,03
Fortaleza 3,88 0,73 0,42 6,77 11,54
São Paulo 33,45 0,79 0,35 5,90 11,57
Salvador 7,19 1,16 0,28 6,81 12,74
Porto Alegre 8,61 0,57 0,21 4,12 10,13
Brasília 4,84 0,74 0,17 5,40 11,31
Belo Horizonte 10,04 0,50 0,08 5,75 10,67
Rio de Janeiro 9,77 0,46 -0,10 6,13 11,19
Belém 4,46 0,18 -0,31 5,08 9,10
Curitiba 8,09 0,70 -0,31 5,85 12,75
Goiânia 4,96 0,54 -0,98 4,80 11,05
Brasil 100,00 0,69 0,13 5,79 11,39
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.   

 

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de junho a 13 de julho de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de maio a 13 de junho de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

CidadeMarketing com informações do IBGE.

 

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