Uma sirene foi acionada por volta das 5h e moradores desesperados evacuaram a área baixa da cidade de Brumadinho/MG em direção à parte mais alta.
As informações são da Vale que fez nota no Twitter:
#ValeInforma A Vale informa que, por volta das 5h30 deste domingo, acionou as sirenes de alerta na região da Mina Córrego do Feijão,em #Brumadinho,ao detectar aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem VI.Esta barragem faz parte do complexo de Brumadinho
#ValeInforma As autoridades foram avisadas e, como medida preventiva, a comunidade da região está sendo deslocada para os pontos de encontro determinados previamente pelo Plano de Emergência. A Vale continuará monitorando a situação, juntamente com a Defesa Civil.
#ValeInforma A Vale informa que, por volta das 5h30 deste domingo, acionou as sirenes de alerta na região da Mina Córrego do Feijão,em #Brumadinho,ao detectar aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem VI.Esta barragem faz parte do complexo de Brumadinho
#ValeInforma As autoridades foram avisadas e, como medida preventiva, a comunidade da região está sendo deslocada para os pontos de encontro determinados previamente pelo Plano de Emergência. A Vale continuará monitorando a situação, juntamente com a Defesa Civil.
#ValeInforma Novas informações a qualquer momento.
Bombeiros alertam para risco iminente de novo rompimento;
Ontem, 25/01, a Vale emitiu uma nota interna para os colaboradores para que todos sigam as premissas de cautela quanto à guarda de documentos relevantes referente a mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG. Confira na íntegra o comunicado:
” Como é de conhecimento geral, houve o rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho (MG). Ainda não foi possível confirmar a extensão do evento e as suas consequências, porém, desde já é importante seguirmos algumas premissas de cautela quanto à guarda de documentos relevantes e à postura institucional da Vale e todas as nossas ações a partir deste momento. Em primeiro lugar, é de suma relevância que nenhuma mensagem, arquivo, documentos eletrônicos ou físicos, e-mail, histórico de ligações, imagens e/ou qualquer outro registro pretérito ou futuro relacionados ao caso ou à referida barragem seja descartado, apagado e/ou deletado dos computadores, laptops/notebooks, tablets, celulares e qualquer outro equipamento utilizado como meio de comunicação do colaborador, em qualquer nível institucional. Além disso, é possível que muitas autoridades se envolvam e solicitem informações por meio de ofícios ou, ainda, solicitem a entrada nas dependências para realização de inspeções no local. Deve ser observada a premissa de sempre colaborar na prestação integral de todas as informações requisitadas, sem restrição, fazendo registro documental de tudo o que for solicitado e entregue, com atas de presença. O Jurídico deve ser acionado imediatamente quando houver pedidos de informação formulados à Vale, para orientar e/ou acompanhar as respostas, diligências e investigações. Relembramos que devemos, a todo o momento, manter uma postura colaborativa institucional da Vale com as autoridades, com os atingidos e com a sociedade, uma vez que a transparência sempre foi um norte da empresa. “
A Vale S.A. informa que, em conformidade com sua diretriz institucional de absoluta transparência, apresentou nesta data ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais, ao Ministério Público Federal e à Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais comunicado formal reiterando que está empreendendo todos os seus melhores e maiores esforços, em caráter de máxima urgência, no sentido de levantar todas as informações possíveis sobre o acidente e que as compartilhará com toda brevidade ao seu alcance.
O levantamento de todos os dados sobre o acidente está sendo realizado com muita responsabilidade, tudo visando prestar informações exatas, uma vez que a precisão técnica e factual de tudo que for apurado é um compromisso indeclinável da empresa e sua direção.
Importante destacar que esse momento inicial demanda maior tempo de interação, sobretudo durante o presente cenário de atuação emergencial, onde os recursos humanos estão inicialmente focados no apoio às famílias dos desaparecidos e na organização das frentes necessárias ao melhor atendimento das autoridades públicas.
A Vale S.A. ainda informou que enviou orientação formal a todos os seus funcionários no país para que colaborem integralmente com as autoridades no atendimento de suas requisições, bem como que mantenham preservados e à disposição todos os documentos e informações que possuam, inclusive telemáticas, a fim de plenamente contribuírem com as apurações em andamento.
Postagem publicada em 2017 sobre a Mina Córrego do Feijão da mineradora Vale. Crédito: ThiagoEliazar
#ValeInforma Até este domingo, a Vale terá disponibilizado mais de 1 milhão de litros de água potável para atender à população da região, em decorrência do rompimento da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão. #ForçaBrumadinho
#ValeInforma A empresa já disponibilizou acomodações para mais de 800 pessoas, além de 40 ambulâncias e um helicóptero para apoio ao resgate. Para o acolhimento e identificação das vítimas, empregados e voluntários atuam nos postos de atendimento. #ForçaBrumadinho
#ValeInforma Foram providenciados também 3 caminhões pipa, 500 kits de higiene pessoal, 200 kits de lanche e 200 quilos de ração animal. #ForçaBrumadinho
#ValeInforma Para auxílio nas operações de apoio e resgate, 50 rádios de comunicação estão em funcionamento e foram contratados balões equipados com tecnologia de infravermelho e wi-fi para o monitoramento aéreo. #ForçaBrumadinho
#ValeInforma A Vale incentiva que continuem utilizando os telefones disponibilizados para informar sobre desaparecidos ou solicitar qualquer tipo de assistência e reparação. Os números são 0800 285 7000 e 0800 821 5000. #ForçaBrumadinho
#ValeInforma As ações são do Comitê de Ajuda Humanitária, formado por uma equipe de assistentes sociais e psicólogos que fazem o atendimento aos atingidos e seus familiares. #ForçaBrumadinho
#ValeInforma Doações voluntárias de alimentos não perecíveis, água e materiais de limpeza devem ser encaminhadas para: 18º Batalhão da PM de Contagem, 2 º Batalhão de Bombeiros de Contagem, 66º Batalhão da PM de Betim e 5º Batalhão da PM da Gameleira, em BH. #ForçaBrumadinho
Em coletiva, o prefeito de Brumadinho/MG, Nenen da Asa se solidarizou com as vítimas da tragédia ocorrida na cidade.
Informou que apenas hoje, 26/01, o Corpo de Bombeiro vai parar as atividades às 20h; Nos outros dias o trabalho será 24h e com amparo de recursos tecnológicos – através de especialistas de Israel com ferramentas que detectam corpos soterrados; Amanhã, 27/01, as atividades irão se iniciar 4h;
Citou que vai cobrar da Vale um melhor acolhimento das famílias – pois as informações entregues pela mineradora chegam com atrasos ou não chegam;
Solicitou apoio do Governo Federal e Governo de Minas para destinação de recursos para colaboração com os resgates;
Reforçou que vai fiscalizar de forma próxima as barragens do entorno da cidade de Brumadinho/MG e ordenou que a Vale esvaziasse uma outra barragem próxima através de bombas;
Por fim, acrescentou que vai punir a Vale com multa severa pelos danos socioambientais causados com o rompimento da barragem de Vale no Córrego do Feijão;
O balanço apresentado pelo prefeito sobre as vítimas: 40 mortos; 166 funcionários da Vale desaparecidos; 130 terceirizados da Vale;
A Caixa Econômica Federal anunciou que instalará um caminhão-agência a partir de terça-feira (29) para reforçar o atendimento bancário na cidade.
Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro, publicou a fala do presidente da Caixa sobre as estratégias de acolhimento ao povo de Brumadinho/MG, confira:
Brumadinho-MG / Fala do presidente da Caixa, senhor Pedro Guimarães, quanto aos passos iniciais desta instituição diante do referido caso! Para maiores detalhes siga @caixanoticias .Um fraterno abraço a todos! pic.twitter.com/GIESVr0zur
A mineradora Vale, responsável pela catástrofe socioambiental ocorrida na tarde de ontem em Brumadinho (MG), foi multada pelo Ibama neste sábado (26/01) em R$ 250 milhões. Os danos ao meio ambiente decorrentes do rompimento de barragens da mina Córrego do Feijão resultaram até o momento em cinco autos de infração no valor de R$ 50 milhões cada, o máximo previsto na Lei de Crimes Ambientais.
Os autos foram aplicados com base nos seguintes artigos do Decreto 6514/2008:
Artigo 61: causar poluição que possa resultar em danos à saúde humana.
Artigo 62, I: tornar área urbana ou rural imprópria para a ocupação humana.
Artigo 62, III: causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento de água.
Artigo 62, VIII: provocar, pela emissão de efluentes ou carregamento de materiais, o perecimento de espécimes da biodiversidade.
Artigo 62, IX: lançar rejeitos de mineração em recursos hídricos.
Autos de infração relacionados ao licenciamento das atividades de mineração cabem ao órgão estadual de Meio Ambiente, responsável pela licença de operação do empreendimento.
O Ibama enviou equipes da coordenação de Emergências Ambientais para o local imediatamente após o primeiro alerta de rompimento. Agentes monitoram o avanço dos rejeitos, avaliam os danos ambientais e atuam na busca por desaparecidos e no resgate de pessoas e animais que ficaram isolados em razão do desastre. O ministro do Meio Ambiente e o presidente do Ibama participam de vistorias na região neste sábado.
A Justiça Federal de Minas Gerais acatou pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e determinou que as operadoras de telefonia móvel forneçam dados sobre os sinais de aparelhos de clientes que estavam na região afetada pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
“A decisão se estende aos clientes que estavam nas imediações da Mina de Córrego de Feijão entre a meia-noite de quinta-feira (24) e o mesmo horário de ontem (25), num raio de 20 quilômetros”, diz nota da AGU.
As empresas de telefonia que deverão cumprir o pedido são: Vivo, Tim, Claro, Oi, Nextel, Algar Telecom e Sercomtel.
Segundo postou nas redes sociais o advogado-geral da União, André Mendonça, “as informações devem ser repassadas com urgência pelas empresas diretamente para os órgãos envolvidos nas operações de socorro e resgate: Forças Armadas, Defesa Civil de MG, Corpo de Bombeiros de MG, Polícia Militar de MG, Vale e para a Prefeitura de Brumadinho”.
Mortes
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou boletim confirmando a morte de 34 pessoas por causa do rompimento da barragem de rejeitos na Mina do Feijão. Ainda segundo os bombeiros, 23 pessoas foram encaminhadas aos hospitais e 81 estão desabrigadas.
Atendimento bancário A Caixa Econômica Federal anunciou que instalará um caminhão-agência a partir de terça-feira (29) para reforçar o atendimento bancário na cidade.
Equipes da Vale trabalham desde ontem, ininterruptamente, junto com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, no apoio ao resgate das vítimas. A empresa colocou à disposição 40 ambulâncias, 800 leitos e um helicóptero para o apoio ao resgate, além de água potável para a comunidade. Desde o rompimento, a Vale disponibilizou postos para atendimento aos atingidos. Nesses locais, empregados da empresa e voluntários estão atuando na prestação de serviço de acolhimento e identificação.
A Defesa Civil orientou que as pessoas das áreas atingidas ainda não retornem às suas casas e que procurem o centro de acolhimento, com prioridade para a Estação Conhecimento de Brumadinho.
A prioridade máxima da Vale, neste momento, é apoiar nos resgates e atendimentos às vítimas para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais.
A empresa está realizando a drenagem da Barragem 6 com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água. O monitoramento da estrutura está sendo realizado a cada uma hora, juntamente com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. A estabilidade da estrutura está sendo monitorada.
Canais de atendimento
A Vale informa também que abriu canal para cadastro de interessados em prestar apoio aos atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho. O cadastro de voluntários está sendo feito pelos números 0800 285 7000 (Alô Ferrovia – prioritário) e 0800 821 5000 (Ouvidoria da Vale).
Por esses mesmos telefones, a empresa está recebendo dados de sobreviventes encontrados, reporte de desaparecidos, solicitação de apoio emergencial (abrigo, água, cesta básica, roupa, medicamento, transporte etc) e reparação.
As ações são do Comitê de Ajuda Humanitária, formado por uma equipe de assistentes sociais e psicólogos que fazem o atendimento aos atingidos e seus familiares.
Eventuais doações voluntárias podem ser encaminhadas para o Centro Comunitário Córrego do Feijão (Estr. p/ Casa Branca, Brumadinho – MG, 35460-000). Alimentos não perecíveis, água e materiais de limpeza devem ser encaminhados para o 18º Batalhão da PM de Contagem, 2 º Batalhão de Bombeiros de Contagem, 66º Batalhão da PM de Betim e 5º Batalhão da PM da Gameleira, em Belo Horizonte.
Uma aldeia Pataxó Hã-hã-hãe precisou ser evacuada após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). As 25 famílias que vivem na aldeia Naô Xohã foram levadas, na tarde desta sexta-feira, 25, para a parte mais alta do município de São Joaquim de Bicas, área administrativa onde está localizada a comunidade.
Brumadinho, São Joaquim de Bicas e Mário Campos formam o conjunto de cidades cortadas pelo rio Paraopeba, atingido pela lama de rejeitos por volta das 15h50 desta sexta. “Nossa aldeia fica na margem do rio. Tiramos nossa subsistência dele. A lama já está no centro de Brumadinho e ainda não chegou na aldeia. Podemos ter a área inundada ou não. Nos informaram que isso vai depender do impacto e da vazão do rio, que não é muito largo, mas se já bateu no rio é difícil que não nos afete”, explica Eni Carajá.
Conforme apuração do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), foram, na verdade, quatro barragens que romperam, sendo uma grande e três menores. Há uma quinta, de água, com risco de rompimento. Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirma ao menos 200 desaparecidos. Rejeitos atingiram a área administrativa da Vale e parte da comunidade da Vila Ferteco, mas o mar de lama segue devastando o que encontra pela frente incluindo casas do Córrego do Feijão e agora espalhando-se para os municípios do entorno também pelo rio Paraopeba.
“Por enquanto está tudo sob controle. Nosso povo está protegido e esperamos que a lama não destrua o rio e nossa aldeia, mas ainda tem muita lama para descer, infelizmente. A Defesa Civil e equipes de saúde estão nos acompanhando. Perto da gente uma ocupação do MST também precisou ser evacuada”, afirma Eni Carajá. Não há previsão de volta para os indígenas à aldeia.
Há um ano e meio os Pataxó Hã-hã-hãe ocuparam 30 hectares de terras. A área, protegida como reserva ambiental, está sob litígio e pertence a uma mineradora do empresário Eike Batista, a MMX Mineração e Metálicos S.A. “A nossa origem é do sul da Bahia”, diz Eni. Dispersões provocadas por perseguições ou busca por melhores condições de vida levaram os Pataxó Hã-hã-hãe e também os Pataxó para diferentes regiões de Minas Gerais, a partir da década de 1970.
Tragédia se repete
Há três anos, em novembro de 2015, a barragem de Fundão rompeu, devastou a bacia do Vale do Rio Doce e afundou em lama a cidade mineira de Bento Rodrigues, em Mariana, deixando 19 mortos e centenas de desalojados. Os rejeitos chegaram até a foz do Rio Doce, no Espírito Santo. A Samarco, empresa com participação da mineradora Vale, é uma das principais responsáveis pelo episódio de Fundão.
Cerca de 126 famílias do povo Krenak vivem espalhadas em sete aldeias às margens do Rio Doce. Antes do desastre de Fundão, pescavam, caçavam e viviam abastecidos pela água do rio. Com a poluição gerada pela lama de rejeitos, os Krenak se vêem hoje dependentes de recursos estatais e da alimentação comprada em supermercados. Não podem plantar, os animais desapareceram da região e o rio segue inutilizável, em um processo de recuperação que pode levar mais de uma década.
A subprocuradora-geral da República Raquel Dodge conta situação vivida pela etnia Pataxó Hã Hã Hãe, no Sul da Bahia e a luta para a garantia de seu território
CidadeMarketing com informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)