Na manhã desta quarta-feira (28), as ações da Azul S.A. (AZUL4) despencaram cerca de 40% nas negociações de pré-mercado nos Estados Unidos, após a companhia aérea protocolar um pedido de recuperação judicial na Justiça americana. A solicitação foi feita por meio do dispositivo conhecido como Chapter 11, um instrumento legal que permite a reorganização financeira de empresas em dificuldades sem a interrupção de suas operações.
Por volta das 7h50 (horário de Brasília), os American Depositary Receipts (ADRs) da Azul eram negociados a US$ 0,299, em forte queda frente ao fechamento anterior. O movimento ocorre em meio à deterioração das condições financeiras da companhia, cuja dívida atingiu R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um salto de 50,3% em relação ao mesmo período de 2024.

A Azul, maior companhia aérea do Brasil em número de voos e cidades atendidas, vinha enfrentando obstáculos para levantar capital no mercado tradicional, mesmo após captar cerca de US$ 1,6 bilhão em negociações com credores e investidores. O recurso ao Chapter 11 visa possibilitar uma reestruturação profunda da empresa, com destaque para a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas financeiras, a renegociação de contratos de leasing e a otimização da frota.
Criação de Comitê Independente
Como parte do processo, a Azul anunciou também a instalação de um Comitê Independente Especial, aprovado em reunião do Conselho de Administração nesta mesma data. O comitê é formado por três conselheiros independentes: Renata Faber Rocha Ribeiro, Jonathan Seth Zinman e James Jason Grant.
Esse comitê atuará como órgão consultivo do Conselho de Administração, com a missão de avaliar, supervisionar e recomendar ações relacionadas aos procedimentos do Chapter 11. O objetivo é garantir governança, transparência e segurança aos envolvidos no processo de reestruturação.
Operação continua e foco na transparência
Apesar da gravidade da situação, o processo de Chapter 11 permite que a Azul mantenha suas operações em curso enquanto trabalha para reestruturar seu passivo. A empresa afirma que seguirá comunicando acionistas, clientes, tripulantes e o mercado em geral sobre todos os desdobramentos relevantes, de forma transparente e conforme a legislação vigente.
Para mais informações sobre o processo, a companhia disponibilizou o site www.azulmaisforte.com.br e uma página dedicada ao caso no endereço cases.stretto.com/Azul, além de canais de atendimento por telefone, tanto nos EUA quanto internacionalmente.