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Breque dos APPs: Entregadores de aplicativos anunciam greve nacional por melhores condições

Centenas de entregadores de aplicativos se concentram na Avenida Paulista em protesto que se estende por diversas cidades do Brasil.

Paralisação Nacional de Entregadores de Apps com concentração na Avenida Paulista.
Reprodução/Redes Sociais
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Entregadores de aplicativos de todo o Brasil se preparam para uma paralisação nacional de dois dias, com início neste domingo (31) e término na segunda-feira (1º de abril). A mobilização, denominada “Breque dos APPs”, é organizada por associações e coletivos da categoria e pode envolver até 1,8 milhão de trabalhadores, incluindo entregadores de moto e bicicleta, além de mototaxistas.

A greve tem como objetivo principal pressionar as empresas por melhores condições de trabalho e um reajuste na remuneração. Entre as principais reivindicações da categoria estão o estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por entrega, o aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50, a limitação do raio de atuação para entregadores de bicicleta em até 3 km, e o pagamento integral por pedidos agrupados, quando mais de uma entrega é realizada em sequência.

Além das questões econômicas, os organizadores da paralisação também denunciam práticas antissindicais por parte das empresas, como o oferecimento de incentivos financeiros para desestimular a adesão ao movimento. A categoria argumenta que o modelo de trabalho atual é precarizado e explora o cansaço dos trabalhadores, estabelecendo um paralelo entre suas condições e as longas jornadas enfrentadas por trabalhadores celetistas, especialmente as mulheres.

A mobilização dos entregadores acontece em um momento crucial de debates sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos no Brasil. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já concluiu o relatório do projeto de lei complementar 12/2024, que propõe manter a categoria como profissão autônoma, sem vínculo empregatício regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

 

Paralisação Nacional de Entregadores de Apps com concentração na Avenida Paulista.
Reprodução/Grupo de Entregadores de Apps.

O texto do projeto de lei foi construído ao longo de dez meses de negociação entre o governo, as empresas de aplicativos e representantes dos trabalhadores, sendo enviado ao Congresso Nacional em fevereiro. O projeto prevê a contribuição ao INSS de 7,5% sobre parte dos rendimentos dos trabalhadores, a garantia de uma remuneração mínima proporcional ao salário mínimo, o direito à sindicalização e a contribuição patronal à Previdência por parte das plataformas.

A natureza jurídica do trabalho em aplicativos também está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve julgar ações sobre o tema, incluindo discussões sobre a existência de vínculo empregatício e os direitos trabalhistas da categoria.

O “Breque dos APPs” é liderado por entregadores em São Paulo, com o apoio do Movimento VAT-SP e da Minha Sampa, e demonstra a insatisfação da categoria com o atual modelo de trabalho, buscando equiparar suas condições a outros trabalhadores e garantir uma remuneração justa pelo serviço prestado.

Em busca de informações sobre a paralisação e seus efeitos no delivery, o CidadeMarketing procurou iFood, Zé Delivery, 99 e Uber. Acompanharemos o caso e atualizaremos a matéria com as respostas.

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