O Carnaval deste ano está quebrando sucessivos recordes de público nos blocos que desfilam pela cidade. Neste sábado, o Areia, no Leblon, empolgou um público de 326 mil foliões (no ano passado, foram 80 mil, ou seja um aumento de 407%). Ontem, o Carrossel de Emoções já havia levado 280 mil pessoas à Barra da Tijuca, dez vezes mais do que em 2018, quando foram 28 mil. Os blocos que já desfilaram neste domingo atraíram 662.150 foliões. A folia carioca fez com que o Rio se tornasse o terceiro destino do Airbnb, serviço comunitário de hospedagem online, no período de 1 a 6 de março, atrás apenas de Londres e Paris. A renda gerada ultrapassa R$ 30 milhões.
CONTROLE URBANO
A Prefeitura do Rio fez nova operação, neste domingo (3/3), para combater as irregularidades nos blocos de carnaval, entre eles Bangalafumenga, no Aterro, e Simpatia é Quase Amor, em Ipanema. A atuação dos agentes da Secretaria Municipal de Fazenda teve foco na desocupação do espaço público e no combate à comercialização de produtos não autorizados. Um dos principais vilões é a garrafa de vidro, que muitas vezes se quebra e acaba ferindo os foliões ou mesmo é usada como arma em brigas e assaltos. O trabalho teve o apoio da Secretaria Municipal de Ordem Pública e da Guarda Municipal.
No Bangalafumenga, a Guarda Municipal apreendeu diversas credenciais de ambulantes, a maioria era falsificada. Outras, embora originais, estavam sendo usadas por pessoa que não era a dona do documento.
No Simpatia, a Coordenadoria de Controle Urbano (CCU) notificou os bares no entorno da Praça General Osório, entre eles Belmonte e Adão, pela ocupação irregular das calçadas com mesas e cadeiras dentro de um cercadinho. Na Orla, no trajeto do bloco, os fiscais orientaram os ambulantes legalizados a deixar a pista livre para o desfile e apreenderam produtos vendidos irregularmente. Num balanço preliminar, já foram recolhidos 645 itens, como garrafas de vidro de bebidas diversas, botijões de gás, facas, entre outros materiais. Nas operações, mais de 200 ambulantes já foram vistoriados. Ainda neste domingo, os agentes e fiscais continuam a operação em blocos e no entorno da Sapucaí.
No sábado (2/3), os agentes da Subsecretaria de Licenciamento, Fiscalização e Controle Urbano, da Secretaria Municipal de Fazenda, fiscalizaram 13 blocos, entre eles Cordão da Bola Preta, Banda de Ipanema, Carrossel de Emoções, Céu na Terra e Empolga às 9. A operação também foi realizada no entorno da Sapucaí. Foram apreendidos 4.210 itens, como garrafas de vidro de bebidas, biscoitos, maços de cigarro, fantasias, copos plásticos, carrocinhas, entre outros materiais, além de 20 quilos de produtos como carvão e salsichão.
SAÚDE
Neste domingo de Carnaval, os quatro postos de saúde montados pela Prefeitura para atender os foliões nos blocos com maior concentração de pessoas já realizaram 54 atendimentos – balanço parcial até as 17h. Deste total, apenas um paciente precisou ser transferido para hospital da rede municipal de Saúde. Com esta informação, já são 284 foliões atendidos nas unidades do Carnaval de rua, com 30 remoções.
A operação especial de atendimento para o Carnaval contempla ainda mais sete postos montados no Sambódromo para os desfiles das escolas de samba. Durante os dois dias de festa na Sapucaí, foram 408 atendimentos médicos: 154 na primeira e mais 254 na segunda noite de desfiles. O consolidado é menor que os dois primeiros dias de Carnaval do ano passado, quando 524 atendimentos médicos foram realizados. A redução se deve ao clima mais ameno. Os foliões foram atendidos nos postos montados nos setores 1 (concentração), 2, 7, 8, 10 (Rua Salvador de Sá), 11 e Apoteose (dispersão).
Os casos mais comuns atendidos nos postos são mal estar por causa do calor, picos de hipertensão, torções e intoxicação exógena (por álcool ou outras drogas). No segundo dia de desfiles, seis pacientes, com quadros mais graves, tiveram que ser transferidos para hospitais ou unidades de pronto atendimento da rede municipal – 18 nos dois dias de apresentação.
Os hospitais da rede municipal seguem de prontidão, atendendo foliões removidos das unidades pré-hospitalares e os que chegam por meios próprios ou socorridos pelos Bombeiros. Desde sexta-feira, por exemplo, o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, recebeu 52 foliões em busca de assistência médica. Entre a noite de ontem e a manhã de hoje, o Hospital Municipal Pedro II recebeu nove foliões, atendidos na emergência.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Para não estragar o carnaval dos cariocas, a Vigilância Sanitária da Prefeitura do Rio segue atuando firme na Marquês de Sapucaí, Terreirão do Samba e entorno. No segundo dia de trabalho no local, foram realizadas 72 inspeções e aplicadas dez infrações, com o descarte de 17 quilos de alimentos impróprios ao consumo em dois camarotes. Um deles é o Quem / O Globo, no setor 7, onde técnicos inutilizaram sete quilos de salgadinhos e quatro quilos de bolo em temperatura ambiente, fora das indicações dos fabricantes, aplicando uma infração por produto impróprio ao consumo.
– Todo alimento deve ser conservado de acordo com que o fabricante recomenda. A conservação em temperatura inadequada propicia sérios riscos à saúde do consumidor. Por isso, antes de qualquer coisa, é muito importante observar o que vem escrito no rótulo do produto – alerta Aline Borges, coordenadora de Alimentos da Vigilância Sanitária municipal.
No mesmo camarote, a equipe identificou irregularidades nos serviços de cabeleireiro. O espaço para higienização de materiais e mãos dos profissionais estava ocupado por bolsas, sem lavatório, sem lixeira com tampa e sem dispensadores de papel e sabonete líquido, resultando em mais três autuações: duas pelo não cumprimento de procedimentos de embelezamento e uma por falta de licença. Outro camarote com problemas foi o Allegria, no setor 11, onde seis quilos de amendoim com rotulagem incorreta foram descartados e uma infração aplicada por produto impróprio ao consumo.
As fiscalizações fazem parte do planejamento de Carnaval da Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses, que tem a base operacional no setor 11 e conta diariamente com 115 fiscais, 60 na Passarela do Samba e entorno e 55 em pontos de folia autorizados, como o desfile da Bangalafumenga neste domingo, 3, onde uma equipe vistoria a estrutura dos postos médicos e ambulâncias. A operação contempla também ações de orientação. Uma delas é a distribuição de folhetos especialmente produzidos para a folia, com dicas de prevenção aos riscos de saúde. O material está disponível no estande da Vigilância no setor 7 do Sambódromo, onde todos os dias, a partir das 18h, há plantão para atendimento em tempo real de denúncias presenciais e as recebidas na Central 1746.
– A Vigilância atua para tornar visível o que é invisível aos olhos do consumidor. Por isso, começamos a atuar antes do Carnaval, com inspeções no Sambódromo, Terreirão, em estabelecimentos na rota dos blocos e até em empresas que servem alimentos nos camarotes. Este ano, entre ambulantes, garçons, chefs de cozinha e outros, qualificamos quase mil profissionais e produzimos folhetos com dicas para a preservação da saúde. Mesmo com todas essas orientações, ainda nos deparamos com irregularidades. Por isso, desconfiou do aspecto ou gosto de um alimento? Vá ao nosso estande no setor 7 e denuncie – recomenda Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses.
Em dois dias, foram contabilizadas 137 inspeções, com 26 kg de alimentos descartados. A operação conta diariamente com 115 fiscais, 60 distribuídos na Passarela do Samba e entorno e 55 em outros pontos de folia autorizados, como o desfile da Bangalafumenga na manhã deste domingo, 3, com uma equipe conferindo a estrutura dos postos médicos e ambulâncias.
Além das inspeções de alimentos, técnicos do Laboratório Municipal de Saúde Publica (LASP) coletaram 17 amostras em nove estabelecimentos do Sambódromo, como caipirinha e espetinho de carne, entre outros produtos servidos ao consumidor e levados para análise. Somadas as 14 coletadas no primeiro dia no Terreirão, são 31 amostras em análise, com os resultados dos primeiros exames saindo nesta segunda-feira, 4.
– Esse trabalho é muito importante, pois, dependendo do resultado, possibilita que nossas equipes retornem ao estabelecimento para uma ação corretiva – explica a coordenadora do LASP, Roberta Ribeiro, adiantando que, durante todo o Carnaval, a previsão é a coleta de, pelo menos, 80 amostras no Sambódromo e entorno.
Outra atuação é da Coordenadoria de Saúde, que realizou neste segundo dia 22 inspeções em camarotes e outros estabelecimentos no entorno da Passarela do Samba, conferindo todas as 15 ambulâncias de plantão para atendimentos em geral, sem registro de alterações. Em uma ação no Terreirão, técnicos da Coordenadoria de Engenharia – que tem foco nas estruturas como as de ar-condicionado, exaustão e sistema de água e esgoto – vistoriaram quatro estabelecimentos, aplicando uma multa por falta de higiene nas áreas comuns.
LIMPEZA
A Comlurb consolidou a quantidade total de lixo deixado pelos blocos que desfilaram ontem (02/03) pelo Rio, e o número alcançou 336 toneladas. O recorde de peso continuou com o Bola Preta, no Centro, com 34,25 toneladas, seguido pela Banda de Ipanema, com 12 toneladas. A parcial dos blocos de hoje até as 16h é de 70 toneladas. Desde o dia 16/2 até hoje, foram retiradas 536,3 toneladas de resíduos dos blocos. Diversas agremiações ainda estão na rua, e o resultado final será passado no boletim de amanhã, bem como o total de resíduos do segundo dia de desfile na Intendente Magalhães.
As equipes do Lixo Zero aplicaram, até as 16h de hoje, 156 multas por urinar em vias públicas, no valor de R$ 563,30, e 15 pelo descarte irregular de pequenos resíduos, no valor de R$ 205,60. Desde o início da Operação Carnaval, no dia 16/2, já foram registradas 702 infrações pelas equipes do Lixo Zero.
No Sambódromo, a limpeza interna realizada pela manhã, após o fim do desfile das escolas de Samba do Grupo A, totalizou 17,8 toneladas de lixo. Já a operação na área externa e no entorno somou 14,4 toneladas. O trabalho da Comlurb deixou assim a Passarela do Samba pronta para receber o público de hoje à noite do primeiro dia de desfile do Grupo Especial.
As mulheres ganharam mais espaço no exército de 4.818 empregados que estão trabalhando no Sambódromo neste Carnaval. Elas representam 40% do contingente atuando na Passarela do Samba. No ano passado eram 25%. Nos últimos três anos, elas também assumiram o controle das mini varredeiras. A limpeza diurna da passarela é feita por 225 garis e a noturna, durante os desfiles, por 293 garis. A limpeza externa diurna no entorno do Sambódromo é realizada por 168 garis. Na Passarela do Samba, o serviço inclui a manutenção da limpeza em toda área interna, como corredores, arquibancadas, pistas (durante os desfiles, concentração e dispersão) e a coleta de resíduos. Após o término dos desfiles, também é realizada a lavagem da pista e dos contêineres utilizados para o acondicionamento dos resíduos.
A Companhia está disponibilizando cinco mil contêineres em todos os pontos de apresentação do Carnaval de rua e pede que os foliões colaborem, dando o descarte correto do lixo e mantendo limpas as ruas
ORDEM PÚBLICA
No terceiro dia da Operação Especial de Carnaval, a Coordenadoria de Fiscalização de Estacionamentos e Reboques (Cfer), vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública, registrou 194 remoções de veículos por estacionamento irregular em toda a cidade até as 17h deste domingo (dia 3). Do total, 81 automóveis foram rebocados em áreas demarcadas pela CET-Rio para a passagem de blocos carnavalescos – entre eles, o Simpatia É Quase Amor e Bangalafumenga – e no entorno do Sambódromo. Desde sexta (1), as equipes da Cfer realizaram 738 remoções, sendo 188 em pontos oficiais de folia.
O objetivo da Operação Carnaval é agilizar o atendimento do serviço 1746, da Prefeitura, reduzindo os transtornos para foliões e cidadãos em geral, além de fiscalizar o estacionamento irregular na cidade. Para isso, a Cfer montou esquema especial com 50 reboques dispostos em pontos e corredores estratégicos que impactam a fluidez do trânsito durante o período de Carnaval.
Os veículos são encaminhados para um dos dois depósitos municipais – na Avenida Pedro II, 67, São Cristóvão e Rua Omar Bandeira Ramidan Sobrinho, 1, no Recreio dos Bandeirantes -, que funcionam diariamente, das 8h às 17h. Para mais informações, clique aqui.
Central 1746 – A Cfer destaca a importância da população no registro de denúncias pela Central de Atendimento 1746, serviço 24 horas da Prefeitura que auxilia no direcionamento e planejamento das ações.
ASSISTÊNCIA SOCIAL
As equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) atuaram, neste sábado (2/3), no ponto de apoio Coreto de Madureira – Carvalho de Souza, com quatro assistentes sociais. Foram distribuídas 93 pulseiras de identificação para crianças. Na Intendente Magalhães, a equipe formada por seis assistentes sociais deu assistência a quatro crianças perdidas e registrou dois casos de violência de direitos: dois adolescente de 14 anos foram encontrados com intoxicação alcoólica.
Eles foram encaminhados ao serviço médico, acompanhados por uma assistente social, sendo que o caso foi registrado pelo Conselho Tutelar. Os pais foram notificados e conduziram os adolescentes para casa, após o atendimento. Foram distribuídas 291 pulseirinhas de identificação na região.
Na Zona Oeste, a equipe atuou com seis assistentes sociais, distribuindo 421 pulseiras de identificação.
No Centro, a equipe formada por seis profissionais distribuiu 60 pulseiras de identificação, entre o Sambódromo, entorno e Central.
Até o momento não houve caso de vulnerabilidade de crianças e adolescentes identificados.
Vale ressaltar que uma equipe de educadores e assistentes sociais está preparada para atender e receber crianças e adolescentes filhos de ambulantes licenciados.
O Projeta Rio é uma iniciativa da SMASDH com a Primeira Vara da Infância e Juventude, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Guarda Municipal, Comlurb e CMDCA. O local está aberto de 18h às 6h, oferecendo oficinas, lanches e outras atividades às crianças.