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Educação: O empreendedorismo e as dimensões das redes sociais

A necessidade de compartilhar experiências é o que torna a internet potencialmente ativa e promissora.

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O ser humano é um ser social, e essa socialização precede a internet. As Redes Sociais são nodos ligados por relações sociais que foram estruturadas por pessoas com um interesse em comum, um espaço democrático e livre – uma relação que favorece o maior envolvimento comunitário, contribui para o conhecimento em rede e maior acesso à informação.

Envolvimento comunitário – as pessoas cada vez mais estão engajadas a contribuir com o bem social – ajudando diversas causas através do meio digital: disseminam campanhas contra a dengue, compartilham as irregularidades geradas pelo poder público (corrupção), as ineficiências das corporações e buscam proteger os animais que foram agredidos ou que precisam de ajuda – sensibilizando as pessoas sobre seus atos e cobrando das autoridades soluções para problemas que antes eram dialogados no contexto boca a boca – com pouca repercussão e amplitude dos fatos.

Conhecimento em Rede – Cada vez mais a sociedade está utilizando o pensamento coletivo e colaborativo – esse modelo de produção de conhecimento utiliza a inteligência e os conhecimentos gerados por várias pessoas e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdos e soluções ou desenvolver novas tecnologias. No contexto educacional observamos os fóruns de discussões sobre temáticas específicas, o sistema de Educação à Distância, as ferramentas “Crowd”, a exemplo do Wikipédia – como uma ação de cooperação coletiva realizada por pessoas que contribuem para somar conhecimentos e distribui-los gratuitamente através da internet; Para o segmento de negócios podemos relatar a construção de um produto/serviço no modelo colaborativo/coletivo.

Maior Acesso à Informação – No contexto dos negócios, as redes sociais contribuem para que as empresas se adaptem aos desejos dos consumidores e escutem todos os stakeholders – analisando os comentários positivos e negativos para manter um estreitamento no processo de relacionamento com todos os interessados (clientes, fornecedores, colaboradores e sociedade). Vale ressaltar que a informação está disponível para todos – o grau de relevância é colher essa informação e transformar em conhecimento o mais rápido possível. A internet e sua infinita conectividade estão alterando o cenário de como os jovens adquirem, produzem, transformam e compartilham conhecimento. O mais rápido deixando o mais lento para trás – acredito que nos dias atuais os jovens precisam utilizar os espaços digitais para construção de uma carreira sólida, sem desgaste de imagem e aproveitando o pensamento coletivo que a internet disponibiliza para todos.

Os mais jovens dominam o uso da web. A geração de jovens que nasceram com a internet e sob o boom tecnológico. Esse público vivencia diariamente videogames ultra-modernos, computadores velozes, internet 24 horas, smartphones com diversas funções de conectividades e acesso a Redes Sociais. Acredito que essa geração carrega uma identidade rápida de raciocínio, diferente dos estudos formais/tradicionais – mas isso merece um acompanhamento muito próximo para evitar que a tecnologia elimine o convívio social dessas crianças. As gerações mais velhas estão sendo obrigadas a usufruir da internet como ferramenta para estreitar relacionamento com familiares, utilizar serviços bancários e públicos. Essa geração é mais resistente a mudanças e não aprovam o conteúdo livre disponível na internet – apresentam uma relação mais vulnerável devido à falta de conhecimento técnico e geralmente são vítimas de hackers.

No contexto em que a internet é inserida “goela abaixo” em nosso país ela está se tornando mais prejudicial ao público infantil e adolescente do que um verdadeiro benefício para esses envolvidos. O nosso país é carente de um sistema educacional digno – formador de cientistas e de pessoas pensadoras – ainda nesse cenário social observamos uma ausência da família como parte de um alicerce importante para formar jovens que contribuam para o desenvolvimento do nosso país.

A nova geração não sabe navegar/pesquisar na internet. Utilizam os espaços digitais para “curtir” e “compartilhar” besteiras, dialogam através de comentários de forma agressiva e preconceituosa e não buscam construir conhecimento – estão viciados no ctrl+c e ctrl+v. Esses fatos acabam gerando um desalinhamento entre a real necessidade da internet, a educação e a formação de carreira desse jovens. O risco é de um afundamento do nosso país. As ferramentas online não alteram o objetivo de aprendizagem. Elas facilitam a compreensão e introduzem novas metodologias de ensino, agregando mais valor à educação – para isso é necessária uma reengenharia no modelo de educação tradicional – entregar para os professores uma reflexão sobre coletividade/colaboração nos espaços digitais, mostrar para os alunos que os recursos disponíveis na internet vão servir para a construção individual dos futuros profissionais e das próprias escolas que carregam metodologia e infraestrutura atrasada – gerando assim uma desmotivação dos principais agentes educacionais (professor e aluno).

A Internet precisa ser um espaço livre para que o aluno consiga navegar e construir conhecimentos – e é papel da escola e família acompanhar e ajudá-los a usufruir dessa fonte de informação.
Dicas para os alunos: 1) navegue em vários sites para verificar a veracidade das informações – utilize os livros para confirmar se o site é confiável; 2) faça anotações sobre suas pesquisas, abra uma página no bloco de notas/word e anote! O volume de informações nos espaços digitais não acompanham a nossa estrutura de assimilar tantos conteúdos; 3) crie uma biblioteca de sites confiáveis para pesquisas futuras; 4) construa uma rede de relacionamento verdadeira e com personagens relevantes que poderão contribuir para a sua carreira; 5) construa conhecimento – evite copiar e colar; 6) nos mecanismos de buscas (Google, Bing, Yahoo..) prefira os sites que estão nas primeiras páginas para contribuir com a suas pesquisas; 7) utilize os espaços digitais para manter um relacionamento respeitoso, sem gírias, agressões e preconceitos;

Dicas para os professores: 1) Ajude os alunos a buscar sites com conteúdo científico e elimine blogs com informações de interesse apenas comercial; 2) Estimule o debate em sala de aula sobre o pensamento de fazer pesquisas na internet – envolva os alunos sobre a importância dos espaços digitais; 3) Exija que todos os trabalhos realizados possuam referências, respeitando as fontes; 4) respeite o pensamento do aluno – afinal ele está mais conectado do que os próprios professores – mantendo-se atualizado segundo a segundo; 5) Não tenha preconceito com conteúdos retirados do Wikipédia e Google – oriente o seu aluno a saber pesquisar; 6) Estude e pesquise sobre os espaços digitais – esteja envolvido com seus alunos nas Redes Sociais acompanhando e aprendendo de forma coletiva/colaborativa; 6) Não proíba no ambiente educacional o uso das redes sociais/internet – oriente sobre o uso correto! Hoje muitos alunos carregam um smartphone conectado à internet móvel.

A necessidade de compartilhar experiências é o que torna a internet potencialmente ativa e promissora, permitindo aos estudantes criar relações sociais, assim como atender às exigências de seu aprendizado. É preciso transformar o aluno e o professor como agentes críticos da informação na busca de um bem coletivo.

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