E se a Ford presenteasse o aventureiro de Canoa Quebrada com uma nova Ranger Raptor?
Um salto. Um voo. Uma picape destruída. E uma marca que, mesmo sem planejar, ganhou a melhor propaganda gratuita dos últimos tempos. O caso da Ranger Raptor que “voou” nas dunas de Canoa Quebrada, no Ceará, virou meme, manchete, comentário de especialista e, principalmente, vídeo viral nas redes sociais. A gravação amadora, que mostra a picape literalmente saindo do chão antes de colidir com a areia, rendeu milhares de interações e, para muitos, se transformou no tipo de publicidade que nem o maior orçamento de marketing conseguiria produzir.
Agora, internautas de todo o país têm uma pergunta na ponta da língua: e se a Ford presenteasse o aventureiro com uma nova Ranger Raptor?
Pelas redes sociais e até no perfil oficial da Ford, é possível observar uma grande quantidade de comentários pedindo que a montadora presenteie o motorista envolvido no salto da Ranger Raptor com um novo veículo. “Tá na hora de dar uma Raptor nova pro cara. Fez mais que 10 anos de propaganda da Ford na TV”, comentou Junior Nunes. “Só vim aqui pela voadora da Ranger Raptor. Apesar da imprudência do motorista, acho que merece uma nova pela repercussão e propaganda”, escreveu Cleison dos Anjos. Outro internauta reforçou: “Eu quero saber da Raptor que voou. O resto é conversa. Tem que dar outra pro cara. Melhor propaganda vista até hoje.” As mensagens têm recebido expressivas curtidas, demonstrando o impacto viral do episódio e o apelo popular pela retribuição simbólica da marca.
Propaganda espontânea, engajamento genuíno
O vídeo, filmado de forma simples, sem roteiro, trilha ou produção, conseguiu capturar o imaginário de quem ama aventura e potência. Nas imagens, a picape — com todo o seu DNA Ford Performance — salta no horizonte com um cenário paradisíaco ao fundo. Não faltaram comparações com comerciais de TV, cenas de videogame ou trailers de filmes de ação. Logo surgiram também memes com a Raptor voando ao lado de aviões, drones e até foguetes, criando um imaginário coletivo em torno da potência (e da ousadia) da caminhonete.
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Foi o tipo de conteúdo que nenhuma campanha planejada conseguiria gerar com tamanha autenticidade. O melhor de tudo? Zero centavos investidos pela Ford. Toda essa comoção nasceu da espontaneidade e da paixão de um consumidor — que, mesmo ultrapassando os limites da lógica off-road, ajudou a marca a atingir milhões de pessoas.
Oportunidade de ouro: da viralização à fidelização
Se a Ford decidisse presentear o aventureiro com uma nova Ranger Raptor, o gesto ultrapassaria o campo da ação de marketing. Seria um movimento estratégico de branding, mostrando que a marca valoriza seus clientes, entende o poder das redes sociais e sabendo transformar imprevistos em oportunidades — claro, sempre acompanhadas de uma lição sobre educação no trânsito, respeito ao meio ambiente e os limites responsáveis da condução off-road.
Imagine a repercussão de um vídeo oficial com o cliente recebendo uma nova picape, acompanhado da frase: “A Raptor voou… e agora vai voar de novo. Obrigado por mostrar ao Brasil do que somos feitos: de aventura!”
O impacto seria imediato: manchetes, reações emocionadas, reposts e, claro, um engajamento ainda mais profundo com o público fiel da marca. Seria a consagração de um episódio viral transformado em relacionamento real com o consumidor e sociedade.
Considerando que o preço sugerido da Ford Ranger Raptor gira em torno de R$ 490.000,00, o valor da caminhonete se torna quase superficial diante do alcance e engajamento orgânico que a marca obteve com o vídeo viral. Presentear o aventureiro não seria apenas uma ação de gentileza — mas um movimento estratégico de construção de relacionamento com o consumidor e fortalecimento de reputação. Em um cenário onde a atenção das pessoas vale mais que o tempo de tela, transformar um salto audacioso em uma narrativa de reconhecimento público poderia render à Ford muito mais que o retorno financeiro de uma unidade vendida: renderia lealdade, admiração e mídia espontânea de valor incalculável.
Humanizar é o novo luxo das marcas
Em tempos onde o consumidor valoriza empresas que escutam, reagem e se posicionam com empatia, um gesto como esse se tornaria símbolo de conexão entre marca e cliente. Não se trata de premiar a imprudência, mas sim de reconhecer o valor de quem, mesmo sem querer, fez a Ford ser o centro das atenções digitais por dias.
A comunicação da Ford para a Ranger Raptor é voltada a desafios extremos, destacando sua performance em terrenos inóspitos e situações de alto desempenho. O vídeo mostrou isso — de forma épica. Agora, cabe à Ford decidir se continuará apenas observando o buzz nas redes sociais ou se assumirá o protagonismo da narrativa, utilizando o caso como oportunidade para reforçar os limites do off-road com responsabilidade, segurança e educação no trânsito.
Porque, convenhamos: quando a picape voa e o público aplaude, o marketing não deve apenas acompanhar. Deve decolar junto.
Apesar do afago de muitos internautas nas redes sociais, que sugeriram à Ford presentear o motorista com uma nova Ranger Raptor após a destruição do veículo, a ação resultou em consequências legais sérias. A atitude, considerada imprudente e perigosa, gerou a abertura de um inquérito policial por crime ambiental. Segundo informações divulgadas pela CNN, o condutor está sendo investigado pela Polícia Civil do Ceará após “voar” com a picape sobre uma duna em Canoa Quebrada, no município de Aracati. Além da investigação, o motorista foi multado em R$ 2.934,70 pelo Departamento Municipal de Trânsito de Aracati e teve a carteira de habilitação suspensa, configurando uma infração gravíssima com repercussão nas esferas ambiental e de trânsito.
Matéria atualizada em 21/05/2025 às 18h45 – Inclui novas informações sobre a infração cometida pelo motorista (conforme publicado pela CNN Brasil), comentários de internautas nas redes sociais pedindo que a Ford presenteie o condutor com um novo veículo, além da análise sobre uma possível oportunidade mercadológica para a marca transformar o caso em ação de conscientização sobre educação no trânsito, preservação ambiental e os limites seguros da prática off-road.