Um vendaval histórico atingiu São Paulo entre quarta (10) e quinta-feira (11), provocando um cenário de caos na aviação civil. Mais de 300 voos foram cancelados nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos devido aos fortes ventos provocados por um ciclone extratropical. Milhares de passageiros foram afetados e enfrentaram longas horas de espera, realocações inesperadas e falhas nos canais de comunicação.
Diante do impacto, Jerome Cadier, CEO da LATAM Airlines Brasil, publicou um posicionamento oficial em sua conta no LinkedIn, no qual pediu desculpas aos passageiros e explicou os desafios enfrentados pela companhia durante o evento climático severo.
“Venho aqui publicamente pedir desculpas”
Em seu comunicado, Cadier descreveu São Paulo como uma cidade “infernal” nos últimos dias, citando chuva torrencial, greve de ônibus, trânsito recorde, ventos acima de 100 km/h e falhas de energia. Ele reconheceu que a situação foi especialmente crítica para quem tinha voos programados:
“Venho aqui publicamente pedir desculpas a todos os passageiros que tiveram seus voos afetados desde terça. Explico o tamanho do impacto, o que fizemos e continuamos a fazer estes dias.”
O CEO reforçou que a segurança é a prioridade absoluta da empresa:
“Se uma decolagem ou pouso é perigoso, ele não acontece. Postergamos, arremetemos ou vamos para outro aeroporto com condições mais seguras.”
Segundo Cadier, a instabilidade dos ventos — que mudavam de direção constantemente — tornou impossível prever atrasos, pousos e alternâncias. Como um avião realiza até 7 voos por dia, atrasos iniciais afetaram toda a malha aérea, gerando efeito cascata e obrigando a companhia a cancelar diversas operações.
O executivo destacou ainda os limites legais da tripulação, a falta de aeronaves e equipes reservas suficientes para cenários tão extremos e a dificuldade recorrente de reorganizar a malha em tempo real:
“Nosso objetivo é o mesmo dos passageiros: queremos que o voo saia. Mas nem sempre é possível. Todos os colaboradores da LATAM estão fazendo seu melhor. Só não fazem o impossível.”
Na quarta-feira, a LATAM registrou 180 voos cancelados, 33 alternados e mais de 30 mil passageiros impactados. A empresa também precisou acionar, de última hora, mais de 3.500 quartos de hotéis para passageiros impedidos de seguir viagem.
A postagem do executivo foi elogiada nos comentários, sendo destacada como um gesto de transparência e respeito aos passageiros.
Direitos dos passageiros em caso de cancelamento de voo
A Resolução nº 400 da ANAC determina que as companhias aéreas prestem assistência material aos passageiros em caso de atraso, cancelamento ou preterição de embarque.
O que a empresa deve oferecer:
- Informação imediata sobre cancelamentos ou atrasos significativos, em até 1 hora após a confirmação.
- A partir de 2 horas: alimentação (voucher, lanche ou refeição).
- A partir de 4 horas: hospedagem e transporte de ida e volta (exceto para moradores da cidade do aeroporto, que têm apenas o transporte garantido).
- Reacomodação no próximo voo da mesma empresa ou de outra companhia, se houver disponibilidade.
- Remarcação sem multa para outra data, caso o passageiro prefira.
- Reembolso integral, em até 7 dias, quando o cancelamento for feito pela companhia — independentemente do motivo.
A recomendação é que os passageiros mantenham contato pelos canais oficiais da aérea e registrem ocorrências quando necessário.
