O arquiteto e paisagista chinês Kongjian Yu, reconhecido mundialmente como um dos maiores nomes da arquitetura contemporânea, morreu em um acidente de avião em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A aeronave de pequeno porte caiu na zona rural do município nesta quarta-feira (24), resultando na morte de todos os quatro ocupantes. Professor da Universidade de Pequim e fundador do escritório de arquitetura paisagística Turenscape, criado em 1998 e considerado um dos mais influentes do mundo, Yu era uma das principais vozes globais em projetos sustentáveis para áreas urbanas.
O legado das “cidades-esponja”
Kongjian Yu ganhou projeção internacional por desenvolver o conceito das chamadas “cidades-esponja” – modelos urbanísticos voltados para lidar de forma inteligente com grandes volumes de água. A proposta, aplicada em várias metrópoles chinesas e referência global, combina engenharia, paisagismo e sustentabilidade para reduzir enchentes, recuperar áreas alagadas e reaproveitar a água da chuva.
Sua abordagem alia tradição cultural chinesa e inovação tecnológica, defendendo a harmonia entre o ambiente urbano e os ecossistemas naturais. Por isso, o arquiteto tornou-se um símbolo de resistência ao crescimento desordenado das cidades e foi premiado em diversas ocasiões por instituições internacionais.
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Referência mundial em arquitetura e paisagismo
Ao longo de sua carreira, Kongjian Yu projetou parques, sistemas de drenagem e infraestruturas verdes em vários países, sempre com a missão de enfrentar as mudanças climáticas por meio do urbanismo sustentável. Sua atuação influenciou políticas públicas na China e em diferentes nações, consolidando-o como um dos arquitetos mais importantes do século XXI.
A morte do arquiteto ocorre em um momento em que o debate sobre cidades resilientes e sustentabilidade ganha ainda mais urgência no Brasil e no mundo. Sua obra e suas ideias seguem como legado para arquitetos, urbanistas e gestores públicos que buscam soluções inovadoras para os desafios das grandes cidades.
Além dele, morreram no acidente o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, o documentarista Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira de Barros.