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Morre Sebastião Salgado, fotógrafo de genialidade ímpar e voz visual do Brasil profundo

Ícone da fotografia mundial, Salgado faleceu aos 81 anos em Paris, vítima de complicações da malária.

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Reprodução/Instagram @sebastiaosalgadooficial
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O mundo da arte e do fotojornalismo perdeu, nesta segunda-feira (20), uma de suas maiores referências: Sebastião Salgado morreu aos 81 anos, em Paris, onde vivia. O fotógrafo enfrentava complicações decorrentes de uma malária contraída nos anos 1990 durante expedições em áreas de difícil acesso. Sua morte representa o fim de uma era para a fotografia documental e humanitária.

Um artista que deu voz aos invisíveis
Sebastião Salgado não foi apenas um fotógrafo — foi um intérprete da dor, da beleza e da resistência humana. Dono de uma sensibilidade ímpar, dedicou sua vida a registrar os traços mais profundos da realidade brasileira e mundial. Com sua câmera, denunciou a fome, a desigualdade e a exclusão social, ao mesmo tempo em que exaltou a dignidade dos povos indígenas, dos trabalhadores rurais, dos migrantes e refugiados.

Do Brasil para o mundo: uma trajetória irretocável
Nascido em Aimorés (MG), em 1944, Salgado formou-se em economia, mas foi na fotografia que encontrou sua verdadeira missão. Sua carreira ganhou projeção internacional a partir da década de 1970, quando se uniu à lendária agência Magnum. Desde então, viajou por mais de 100 países, sempre guiado pelo desejo de documentar a condição humana em seus extremos.

Cobriu eventos históricos como a Revolução dos Cravos em Portugal, as guerras na África, e realizou reportagens fotográficas impactantes em campos de refugiados, áreas de conflito e regiões devastadas pela fome. Seu trabalho o levou aos confins do planeta — e à alma da humanidade.

Obras que marcaram a história da fotografia
Entre suas obras mais emblemáticas estão os livros “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis”. Em cada um deles, Salgado uniu rigor técnico, composição artística e profundo comprometimento ético. Seu olhar era mais do que estético: era uma denúncia, uma reflexão e um tributo à resistência humana.

Em parceria com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, também idealizou o projeto Instituto Terra, que transformou uma área devastada do Vale do Rio Doce em uma referência de reflorestamento e preservação ambiental.

Homenagens e legado eterno
Reconhecido com diversos prêmios internacionais, como o Príncipe de Astúrias e o World Press Photo, Sebastião Salgado deixa um legado que transcende gerações. Seu trabalho foi exibido nos principais museus e galerias do mundo e servirá para sempre como registro histórico e instrumento de conscientização.

Sua partida entristece, mas sua obra permanece viva — como imagem, memória e esperança. Sebastião Salgado eternizou o Brasil e o mundo em preto e branco, mas sua contribuição é feita de todas as cores da humanidade.

O Instituto Terra, fundado por Lélia Wanick Salgado e Sebastião Salgado, é um exemplo inspirador de compromisso com o meio ambiente e com as futuras gerações. Localizado no Vale do Rio Doce, entre Minas Gerais e o Espírito Santo, o projeto nasceu com a missão de promover a restauração ecossistêmica da Mata Atlântica, aliando ações de educação ambiental e desenvolvimento rural sustentável. O Instituto já recuperou milhares de hectares de áreas degradadas, plantando milhões de árvores nativas e capacitando comunidades locais, se tornando um modelo internacional de regeneração ambiental e transformação social.

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