O Brasil registrou uma taxa de desocupação de 7,0% no trimestre encerrado em março de 2025, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa uma alta de 0,8 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2024 (6,2%), mas ainda assim é a menor taxa para o período desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012.
Em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando a taxa era de 7,9%, houve queda de 0,9 ponto percentual, evidenciando melhora no cenário de longo prazo do mercado de trabalho.
Queda na força de trabalho, mas crescimento anual
A força de trabalho, que engloba pessoas ocupadas e desocupadas, foi estimada em 110,2 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2025 — um recuo de 0,4% frente ao trimestre anterior, o que representa menos 444 mil pessoas. No entanto, em relação ao mesmo período de 2024, houve crescimento de 1,3%, o equivalente a 1,4 milhão de pessoas a mais no mercado.
Setores com queda e estabilidade no curto prazo
Na comparação com o trimestre anterior, nenhum dos grupamentos de atividade apresentou crescimento. Quatro deles, inclusive, registraram queda na ocupação:
Construção: -5,0% (menos 397 mil pessoas)
Alojamento e alimentação: -3,3% (menos 190 mil)
Administração pública, educação e saúde: -1,6% (menos 297 mil)
Serviços domésticos: -4,0% (menos 241 mil)
Os demais setores apresentaram estabilidade.
Crescimento em setores estratégicos na comparação anual
Em relação ao mesmo período de 2024, cinco grupamentos apresentaram aumento na ocupação:
Indústria geral: +3,3% (mais 431 mil pessoas)
Comércio e reparação de veículos: +3,1% (mais 592 mil)
Transporte e armazenagem: +4,4% (mais 253 mil)
Atividades financeiras e profissionais: +4,1% (mais 518 mil)
Administração pública, educação e saúde: +4,0% (mais 713 mil)
Por outro lado, houve queda em:
Agricultura e pesca: -4,2% (menos 334 mil)
Serviços domésticos: -3,5% (menos 208 mil)
Rendimento médio apresenta avanço
O rendimento médio real habitual aumentou em diversos setores. Em relação ao último trimestre de 2024, destacaram-se:
Agricultura e pesca: +4,1% (mais R$ 85)
Administração pública e saúde: +3,2% (mais R$ 145)
Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, os maiores aumentos foram:
Construção: +5,7% (mais R$ 141)
Conta-própria: +5,5% (mais R$ 147)
Setor público: +3,1% (mais R$ 155)
Empregados com carteira: +3,4% (mais R$ 103)
Trabalhadores domésticos: +3,6% (mais R$ 45)
Recuperação com atenção aos sinais
Apesar da leve alta da taxa de desocupação frente ao trimestre anterior, os dados apontam um mercado de trabalho ainda em trajetória de recuperação no Brasil.